DIABETES MELLITUS E INTOLERÂNCIA À GLICOSE EM PACIENTES COM ACROMEGALIA

A acromegalia é uma doença insidiosa, causada pela secreção excessiva de hormônio do crescimento (GH). Nela, destaca-se a ocorrência freqüente de alteração do metabolismo dos carboidratos, tendo-se verificado, anteriormente, prevalência de diabetes mellitus entre 19 e 56% e de intolerância à glicos...

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Bibliographic Details
Main Authors: André Cechinatti, Maria C. Foss-Freitas, Milton C. Foss
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2002-12-01
Series:Medicina
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/935
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description A acromegalia é uma doença insidiosa, causada pela secreção excessiva de hormônio do crescimento (GH). Nela, destaca-se a ocorrência freqüente de alteração do metabolismo dos carboidratos, tendo-se verificado, anteriormente, prevalência de diabetes mellitus entre 19 e 56% e de intolerância à glicose entre 5 e 46% em vários grupos populacionais. Neste estudo, objetivamos definir a freqüência de diabetes mellitus e intolerância à glicose em um grupo de pacientes acromegálicos, atendidos na Divisão de Endocrinologia/Metabologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (HCFMRP), no início do atendimento de cada paciente, antes, portanto da aplicação de qualquer medida terapêutica, procurando também analisar as características endocrinometabólicas desses pacientes, que foram subdivididos em três categorias: diabéticos, intolerantes à glicose e não diabéticos/não intolerantes.Foram analisados os dados de 55 pacientes acromegálicos, atendidos no HCFMRP. Foram registrados os dados de idade, sexo, peso, estatura, tempo do surgimento de sintomas típicos da acromegalia, e níveis sanguíneos de GH e glicemia durante o teste oral de tolerância à glicose (oGTT): aos 0, 30, 60, 90 e 120 min. Em 19 pacientes (39,5%), foi dosado o nível de insulina plasmática na amostra basal do oGTT. A partir dos valores obtidos, calculamos o índice de massa corporal (IMC = peso, em quilogramas, dividido pelo quadrado da estatura, em metros), e as áreas sob as curvas das médias de GH e glicemia no oGTT. As análises estatísticas foram feitas pelos testes de Kruskal-Wallis, de Mann Whitney e de correlação de Spearman, fixando-se intervalo de confiança de 95%.Dos 55 pacientes acromegálicos, estudados, 15 (27,3%) eram diabéticos (DM), 9 (16,4%) apresentavam intolerância à glicose (IG), e 31 (56,4%) não apresentavam alterações dos níveis glicêmicos (NL). Nos grupos DM e IG, predominam indivíduos do sexo feminino (66,7% são mulheres em ambos os grupos), enquanto no grupo NL, as mulheres são minoria (29%). Os grupos DM e IG apresentam distribuição de idades semelhante (45,8±13,1 e 46,3±10,6 anos, respectivamente), e significativamente mais alta do que a do grupo NL (36,4±11,1 anos; p<0,05). Dos 19 pacientes em que foi dosada a insulinemia basal, 4 eram do grupo DM, 6 do grupo IG e 9 do grupo NL. O nível sérico médio de insulina nos pacientes acromegálicos, tanto nos grupos alterados (DM e IG) quanto no grupo NL, é mais elevada do que a encontrada na população adulta normal. Não há correlação entre áreas sob curvas de GH e de glicemia no oGTT. Com relação ao IMC, duração da acromegalia e área sob curvas de GH durante o oGTT, não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os três grupos. Foi possível observar, portanto, prevalência aumentada dos distúrbios do metabolismo de glicose nos acromegálicos, assim como a associação desses distúrbios com o sexo feminino e com idade mais avançada, além de aumento dos níveis de insulinemia basal.
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