Trabalho: o desafio democrático Work: the democratic challenge

O texto aborda o atual momento de reestruturação produtiva das empresas, com suas políticas de gestão participativa e de envolvimento dos assalariados, segundo um ponto-de-vista que as enquadra no interior de um contexto mais amplo: da democratização da sociedade brasileira e da formação de uma esfe...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Leonardo Mello e Silva
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Sâo Paulo 2002-10-01
Series:Tempo Social
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702002000200003
Description
Summary:O texto aborda o atual momento de reestruturação produtiva das empresas, com suas políticas de gestão participativa e de envolvimento dos assalariados, segundo um ponto-de-vista que as enquadra no interior de um contexto mais amplo: da democratização da sociedade brasileira e da formação de uma esfera pública que contemple a relação entre capital e trabalho como constitutiva. Nesse sentido, são postas em confronto uma matriz contratualista e uma matriz corporativa enquanto duas linhas-de-força em disputa na história das relações industriais no País. A discussão sobre o fordismo é feita sob a ótica daquela confrontação. As virtualidades de uma via contratualista são associadas à vaga de negociações que têm tomado corpo no sindicalismo nos últimos anos, aproximando-as de uma prática que enfatiza o aspecto procedimentalista dos acordos, chamando a atenção para o caráter inovador que eles tomam em um ambiente histórico tradicionalmente arredio à presença pública dos representantes do mundo do trabalho.<br>This text approaches the actual moment of productive restructuring of enterprises, with its politics of participative management and the involvement of employees, from a point of view which places them within a wider context: the context of democratization of Brazilian society and the forming of a public sphere that contemplates the relationship between capital and work as constitutive. In this sense, a contractual matrix and a corporate matrix are put in confrontation as two competing driving forces in the history of industrial relations in Brazil. The discussion on fordism is made by the means of this confrontation. The virtualities of a contractual path are associated to the wave of negotiations that have taken shape in syndicalism in recent years, bringing them closer to a practice that emphasizes the procedural aspects of the agreements; pointing to the innovating character they have in a historical environment traditionally resistant to the public presence of work representatives.
ISSN:0103-2070
1809-4554