Rio de Janeiro, metrópole apocalíptica e pós-humana
Numa abordagem interdisciplinar, na qual intervêm a teoria da literatura e a ciência espacial, o presente artigo examina a representação do Rio de Janeiro no conto “O quarto selo (fragmento)” de Rubem Fonseca. Situado num futuro indeterminado, o conto recorre à técnica dos planos cinematográficos...
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Universidade do Minho
2020-12-01
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doaj-87877eda06ba439a8054b5f8b000836a2021-05-06T14:49:51ZengUniversidade do Minho2i Revista de Estudos de Identidade e Intermedialidade2184-70102020-12-012210.21814/2i.2660Rio de Janeiro, metrópole apocalíptica e pós-humanaPaulo Teixeira0José dos Santos Dias Teixeira Numa abordagem interdisciplinar, na qual intervêm a teoria da literatura e a ciência espacial, o presente artigo examina a representação do Rio de Janeiro no conto “O quarto selo (fragmento)” de Rubem Fonseca. Situado num futuro indeterminado, o conto recorre à técnica dos planos cinematográficos para descrever uma nova realidade urbana, na qual os espaços da modernidade tardia se veem substituídos por uma metrópole conformada por periferias. Num tempo em que os corpos, as máquinas e as cidades são mutuamente constitutivos, a presença do personagem-ciborgue alude à disseminação de identidades híbridas no contexto de uma geografia pós-humana. O protagonista do conto é precisamente uma criação artificial, dotada de múltiplas identidades, no mundo ordenado e gerenciado do Rio de Janeiro entendido como metrópole apocalíptica. O apocalipse, para o qual remete o título do conto, deve ser entendido como um dispositivo que projeta um cenário catastrófico na realidade imediata, permitindo que questões de ordem social e política possam ser pensadas e discutidas. https://revistas.uminho.pt/index.php/2i/article/view/2660espacialidade; metrópole; apocalipse; pós-humano; Rubem Fonseca. |
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Numa abordagem interdisciplinar, na qual intervêm a teoria da literatura e a ciência espacial, o presente artigo examina a representação do Rio de Janeiro no conto “O quarto selo (fragmento)” de Rubem Fonseca. Situado num futuro indeterminado, o conto recorre à técnica dos planos cinematográficos para descrever uma nova realidade urbana, na qual os espaços da modernidade tardia se veem substituídos por uma metrópole conformada por periferias. Num tempo em que os corpos, as máquinas e as cidades são mutuamente constitutivos, a presença do personagem-ciborgue alude à disseminação de identidades híbridas no contexto de uma geografia pós-humana. O protagonista do conto é precisamente uma criação artificial, dotada de múltiplas identidades, no mundo ordenado e gerenciado do Rio de Janeiro entendido como metrópole apocalíptica. O apocalipse, para o qual remete o título do conto, deve ser entendido como um dispositivo que projeta um cenário catastrófico na realidade imediata, permitindo que questões de ordem social e política possam ser pensadas e discutidas.
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