“É possível controlar a multidão?” Libânio em defesa de Juliano e contra a população de Antioquia (séc. IV)

Quando tratamos do emprego do humor e do deboche como mecanismos de resposta da população urbana ao desempenho das autoridades romanas, um caso emblemático de estranhamento entre súditos e imperador é aquele que ocorre entre 362 e 363, em Antioquia, durante a estadia de Juliano na cidade.  Esse estr...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gilvan Ventura da Silva
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de São Paulo 2018-03-01
Series:Heródoto
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unifesp.br/index.php/herodoto/article/view/1174
Description
Summary:Quando tratamos do emprego do humor e do deboche como mecanismos de resposta da população urbana ao desempenho das autoridades romanas, um caso emblemático de estranhamento entre súditos e imperador é aquele que ocorre entre 362 e 363, em Antioquia, durante a estadia de Juliano na cidade.  Esse estranhamento foi tão intenso que acarretou, num primeiro momento, a elaboração de uma obra no mínimo desconcertante como o Misopógon, texto satírico no qual Juliano tece duras críticas ao modus vivendi dos habitantes da cidade.  Na sequência, como desdobramento do episódio, vem à luz dois discursos de Libânio, um deles intitulado Aos antioquenos, sobre a ira do imperador (Or. XVI) e o outro, Embaixada a Juliano (Or. XV).  Ambos os discursos buscavam reverter a difícil situação na qual se encontrava Antioquia, alvo da cólera do soberano.  Nesse artigo, pretendemos explorar os argumentos de Libânio sobre a controvérsia envolvendo Juliano e os antioquenos a fim de demonstrar como o sofista se encontrava comprometido com a proposta de reforma da pólis idealizada pelo imperador.
ISSN:2448-2609