A Produção do Humanismo da Alta Idade Moderna em A Tempestade de Shakespeare

Este artigo lê A Tempestade de Shakespeare como peça-chave de uma genealogia e de uma desconstrução pós-humanista do humanismo da Alta Idade Moderna (séc. XVI-XVIII) e da dicotomia humano/animal, tanto por estar historicamente situada entre a Renascença e a Modernidade, quanto por dramatizar o p...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rodolfo Piskorski
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2010-12-01
Series:Anuário de Literatura
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/13289
Description
Summary:Este artigo lê A Tempestade de Shakespeare como peça-chave de uma genealogia e de uma desconstrução pós-humanista do humanismo da Alta Idade Moderna (séc. XVI-XVIII) e da dicotomia humano/animal, tanto por estar historicamente situada entre a Renascença e a Modernidade, quanto por dramatizar o próprio processo de produção do humanismo (e do humano em oposição ao animal). Assim, a “peça” ilusionista que Prospero monta na ilha para convencer seus conterrâneos do seu direito legítimo ao trono pode ser vista como a encenação necessária para se produzir o humano de acordo com os novos valores modernos que vêem a arte como ferramenta para o poder e o conhecimento. Também é analisada a importância da inauguração da divisão ontológica humano/animal para a encenação de Prospero, através da qual ele pode ativar a máquina antropológica, como a chama Agamben, e fabricar a civilidade humana moderna.  
ISSN:1414-5235
2175-7917