Anúncios de medicamentos em revistas médicas: ajudando a promover a boa prescrição?

Ante a inexistência de estudos no Brasil, este trabalho se propôs a fazer uma avaliação dos anúncios com base nos critérios sugeridos pela OMS e que deveriam incluir-se em qualquer material de divulgação. Foram avaliados todos os anúncios contidos nas edições de agosto/2000 a fevereiro/2001 do Jorna...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: José Augusto Cabral de Barros, Sabrina Joany
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Series:Ciência & Saúde Coletiva
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232002000400020&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Ante a inexistência de estudos no Brasil, este trabalho se propôs a fazer uma avaliação dos anúncios com base nos critérios sugeridos pela OMS e que deveriam incluir-se em qualquer material de divulgação. Foram avaliados todos os anúncios contidos nas edições de agosto/2000 a fevereiro/2001 do Jornal de Pediatria, Revista Brasileira de Medicina e Jornal Brasileiro de Medicina, averiguando a presença nos mesmos de: nome genérico, mecanismos de ação, efeito farmacológico, indicação, contra-indicação, posologia, reações adversas, interações, superdosagem, apresentação e fabricante/importador. Em um total de 1.774 páginas, 539 (30,4%) se destinavam a anúncios, compreendendo 649 ao todo. Nenhum dos critérios propostos pela OMS esteve presente em todas as propagandas, e apenas em cerca de 20% delas há referência a reações adversas, contra-indicações e interações. Os produtos mais anunciados foram antibióticos, hipotensores e os à base da associação de vários fármacos. Omitindo dados importantes, em especial contra-indicações, reações adversas e interações, os anúncios são tendenciosos, atendendo a propósitos mercadológicos, não sendo um meio que subsidie a prescrição e a utilização correta e segura dos produtos anunciados.
ISSN:1678-4561