TRATAMENTO COM INIBIDORES DO TNF-ALFA EM DOENTES COM INFECÇÃO PRÉVIA POR VÍRUS DA HEPATITE B – ESTARÃO ESTES DOENTES EM RISCO DE REACTIVAR A DOENÇA?

Estima-se que cerca de 2 mil milhões de pessoas estejam infectados pelo vírus da hepatite B (VHB) e que mais de 350 milhões sejam portadores crónicos. Os doentes que apresentam anticorpos para o antigénio core (Ac anti-HBc) com negatividade para antigénio de superfície (AgHBs), não têm hepatite cró...

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Bibliographic Details
Main Authors: Tiago Torres, Filipe Nery, Manuela Selores
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia 2013-01-01
Series:Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
Online Access:https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/37
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spelling doaj-8d378c9ed49c491c85357d36b5ab668c2020-11-25T03:17:49ZengSociedade Portuguesa de Dermatologia e VenereologiaRevista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia2182-23952182-24092013-01-0170110.29021/spdv.70.1.37TRATAMENTO COM INIBIDORES DO TNF-ALFA EM DOENTES COM INFECÇÃO PRÉVIA POR VÍRUS DA HEPATITE B – ESTARÃO ESTES DOENTES EM RISCO DE REACTIVAR A DOENÇA?Tiago Torres0Filipe Nery1Manuela Selores2Assistente de Dermatologia e Venereologia/Consultant, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Santo António, Porto, PortugalAssistente de Medicina Interna/Consultant, Internal Medicine, Hepatology, Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Santo António, Porto, PortugalChefe de Serviço e Directora/Consultant Chief and Head, Centro Hospitalar do Porto, Hospital de Santo António, Porto, Portugal; Professora de Dermatologia/Professor of Dermatology - Medicina ICBAS-UP Estima-se que cerca de 2 mil milhões de pessoas estejam infectados pelo vírus da hepatite B (VHB) e que mais de 350 milhões sejam portadores crónicos. Os doentes que apresentam anticorpos para o antigénio core (Ac anti-HBc) com negatividade para antigénio de superfície (AgHBs), não têm hepatite crónica, mas contactaram com o vírus no passado. Este estado serológico corresponde, na maioria das vezes, a uma eliminação vírica completa. Contudo, um subgrupo de doentes poderá apresentar ADN-VHB hepático detectável, definindo um estado de por- tador oculto. A reactivação do VHB é uma complicação descrita desde há vários anos em doentes submetidos a transplantes de medula óssea e quimioterapia para tratamento de neoplasias. Esta reactivação ocorre principalmente em doentes com hepatite B crónica (AgHBs+), mas foi igualmente descrita em doentes previamente infectados pelo VHB, que aparentemente teriam eliminado o vírus. Este risco de reactivação da replicação do VHB em doentes com hepatite B crónica (AgHBs+) submetidos a terapêutica anti-TNF-α está igualmente bem estabelecido, contudo, a informa- ção relativamente ao uso destes fármacos em doentes Ac anti-HBc+/AgHBS- é muito mais escassa. Recentemente, identificou-se uma taxa de reactivação do VHB em doentes Ac anti-HBc+/AgHBs- tratados com agentes anti-TNF-α de 5%, demonstrando que, apesar de baixo, este risco é real. Desde o final de 2010 que todos os doentes do Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António (CHP-HSA) que iniciam terapêutica biológica para o tratamento de psoríase/artrite psoriática e que apresentam positividade para o Ac anti-HBc são também observados em consulta de Medicina Interna/Hepatologia do CHP-HSA no sentido de estabelecer da existência de doença hepática crónica, e de verificar se existe indicação para o início de terapêutica profilática anti-viral. Com este artigo, os autores pretendem alertar para a necessidade de rastreio obrigatório do VHB em todos os do- entes que vão iniciar terapêutica biológica com inibidores TNF-α, situação relativamente consensual na comunidade científica, mas especialmente para a necessidade de vigilância e monitorização apertada dos doentes com potencial infecção oculta pelo VHB, pelo risco possível de reactivação do mesmo. PALAVRAS-CHAVE – Hepatite B; Inibidores do TNF-α; Ac anti-HBc; AgHBs. https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/37
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Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
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publisher Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
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issn 2182-2395
2182-2409
publishDate 2013-01-01
description Estima-se que cerca de 2 mil milhões de pessoas estejam infectados pelo vírus da hepatite B (VHB) e que mais de 350 milhões sejam portadores crónicos. Os doentes que apresentam anticorpos para o antigénio core (Ac anti-HBc) com negatividade para antigénio de superfície (AgHBs), não têm hepatite crónica, mas contactaram com o vírus no passado. Este estado serológico corresponde, na maioria das vezes, a uma eliminação vírica completa. Contudo, um subgrupo de doentes poderá apresentar ADN-VHB hepático detectável, definindo um estado de por- tador oculto. A reactivação do VHB é uma complicação descrita desde há vários anos em doentes submetidos a transplantes de medula óssea e quimioterapia para tratamento de neoplasias. Esta reactivação ocorre principalmente em doentes com hepatite B crónica (AgHBs+), mas foi igualmente descrita em doentes previamente infectados pelo VHB, que aparentemente teriam eliminado o vírus. Este risco de reactivação da replicação do VHB em doentes com hepatite B crónica (AgHBs+) submetidos a terapêutica anti-TNF-α está igualmente bem estabelecido, contudo, a informa- ção relativamente ao uso destes fármacos em doentes Ac anti-HBc+/AgHBS- é muito mais escassa. Recentemente, identificou-se uma taxa de reactivação do VHB em doentes Ac anti-HBc+/AgHBs- tratados com agentes anti-TNF-α de 5%, demonstrando que, apesar de baixo, este risco é real. Desde o final de 2010 que todos os doentes do Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António (CHP-HSA) que iniciam terapêutica biológica para o tratamento de psoríase/artrite psoriática e que apresentam positividade para o Ac anti-HBc são também observados em consulta de Medicina Interna/Hepatologia do CHP-HSA no sentido de estabelecer da existência de doença hepática crónica, e de verificar se existe indicação para o início de terapêutica profilática anti-viral. Com este artigo, os autores pretendem alertar para a necessidade de rastreio obrigatório do VHB em todos os do- entes que vão iniciar terapêutica biológica com inibidores TNF-α, situação relativamente consensual na comunidade científica, mas especialmente para a necessidade de vigilância e monitorização apertada dos doentes com potencial infecção oculta pelo VHB, pelo risco possível de reactivação do mesmo. PALAVRAS-CHAVE – Hepatite B; Inibidores do TNF-α; Ac anti-HBc; AgHBs.
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