História e crítica da História econômica quantitativa

(primeiro parágrafo do texto) O progresso da mentalidade quantitativa, do sentido da precisão, está intimamente relacionado ao processo de desenvolvimento do sistema capitalista. O sistema feudal prescindia desta qualidade, tendo-se em vista o caráter auto-suficiente da sua economia.  Com o renasc...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: José Jobson Andrade Arruda
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 1977-06-01
Series:Revista de História
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/76264
Description
Summary:(primeiro parágrafo do texto) O progresso da mentalidade quantitativa, do sentido da precisão, está intimamente relacionado ao processo de desenvolvimento do sistema capitalista. O sistema feudal prescindia desta qualidade, tendo-se em vista o caráter auto-suficiente da sua economia.  Com o renascimento comercial e urbano na Europa Ocidental, por volta do século XII, ocorrem as primeiras manifestações do espírito quantitativo, exteriorizadas na criação de escolas para mercadores, com a finalidade de instruí-los para a vida comercial.  Quanto mais complexa se torna a vida mercantil, mais indispensável se torna o domínio das técnicas mercantis. A cultura e a mentalidade se laicizam. O movimento universitário é a expressão candente da nova forma de vida que emerge da transformação do sistema feudal e do desenvolvimento do sistema capitalista. Esta nova mentalidade poderia ser surpreendida em vários níveis: compras e vendas de mercadorias, o empréstimo a juros, a técnica do câmbio, as letras de feira e de câmbio, a escamoteação da usura pelo Trinus Contractus, e, principalmente, a contabilidade na sua forma mais acabada e desenvolvida das partidas dobradas.
ISSN:0034-8309
2316-9141