Crime e ideologia: do Terceiro Reich ao assassinato de Moisés Crime and ideology: from the Third Reich to the murder of Moses

Objetiva-se considerar em quais condições o homicídio se torna moralmente aceitável como forma de restauração social. Ademais, trata do funcionamento de certos grupos que legitimam o mal e o crime. Para tanto, recorre-se ao modelo fornecido pelo nazismo. A Alemanha de Hitler estabeleceu novos laços...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Verônica Martinelli
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2005-12-01
Series:Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica
Subjects:
mal
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982005000200002
Description
Summary:Objetiva-se considerar em quais condições o homicídio se torna moralmente aceitável como forma de restauração social. Ademais, trata do funcionamento de certos grupos que legitimam o mal e o crime. Para tanto, recorre-se ao modelo fornecido pelo nazismo. A Alemanha de Hitler estabeleceu novos laços sociais, possibilitando a legitimação de uma lei de gozo. Considera-se, aqui, o nazismo, sobretudo, como instrumento para uma leitura do Moisés e o monoteísmo. O texto freudiano aborda a origem do judaísmo, articulando as noções de "estrangeiro" e "assassinato". Freud evidencia, então, que os ideais, o que há de mais nobre em nós, também empuxam ao crime.<br>This article refers to the conditions that make homicide morally acceptable as an instrument for social restoration. It also considers the way certain groups that legitimate evil and crime work. In order to reach these goals, it resorts to the model that Nazism provides. The Hitler Administration in Germany created new social ties that permitted to legitimate a Law of enjoyment. However, in this article Nazism is essentially a means to draw a particular approach to Moses and Monotheism, by Freud. The Freudian text articulates the notions of "foreigner" and "murder" to deal with the origins of Judaism. Then, Freud evidences that ideals, the noblest objectives we have, favor crime.
ISSN:1516-1498