Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences

A proposta central deste ensaio é que a tradição antroponímica lusófona constitui um fenómeno de regionalidade sociocultural que permite um exercício da comparação contrastiva. Desde as mudanças que ocorreram no início da Época Moderna, o nome lusófono promove que a pessoa se apresente como tendo “n...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: João de Pina Cabral
Format: Article
Language:English
Published: Centro em Rede de Investigação em Antropologia 2008-05-01
Series:Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612008000100012
id doaj-924f98e462cc4f5899ae7fee80d58f2c
record_format Article
spelling doaj-924f98e462cc4f5899ae7fee80d58f2c2020-11-25T00:19:07ZengCentro em Rede de Investigação em AntropologiaEtnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia0873-65612008-05-01121237262Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrencesJoão de Pina CabralA proposta central deste ensaio é que a tradição antroponímica lusófona constitui um fenómeno de regionalidade sociocultural que permite um exercício da comparação contrastiva. Desde as mudanças que ocorreram no início da Época Moderna, o nome lusófono promove que a pessoa se apresente como tendo “naturalmente” uma presença independente das instâncias de dominação que a criam. O campo é estruturado por três binómios assimétricos: o binómio nome próprio&#8197;/&#8197;sobrenome, que apresenta a pessoa como unitária, enquanto a família assume o aspecto de colectividade; o binómio nome oficial&#8197;/&#8197;outros nomes, que posiciona a pessoa como a instância elementar da cidadania e da espiritualidade (a alma); o binómio masculino&#8197;/&#8197;feminino, que cria um processo de englobamento do feminino pelo masculino.<br>This essay approaches the Lusophone tradition in personal naming as a kind of sociocultural regionality, allowing for subsequent contrastive comparison. Ever since the changes that took place at the onset of the Modern Era, Lusophone names can be seen to promote the person as possessing a “natural” existence when faced with the primary instances of domination which relate with it. Three assymetric bynomials structure the field: the opposition between first name and surname, presents the person as unitary when faced with the family which, thus, becomes a collective phenomenon; the opposition between official name versus other names places the person as the building block of citizenship and spirituality (the soul); the opposition masculine/feminine creates a process of encompassment of the later by the former.http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612008000100012lusofonianomes de pessoacomparação controladadominaçãolusophonepersonal namescontrolled comparisondomination
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author João de Pina Cabral
spellingShingle João de Pina Cabral
Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia
lusofonia
nomes de pessoa
comparação controlada
dominação
lusophone
personal names
controlled comparison
domination
author_facet João de Pina Cabral
author_sort João de Pina Cabral
title Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
title_short Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
title_full Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
title_fullStr Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
title_full_unstemmed Recorrências antroponímicas lusófonas Lusophone anthroponymy recurrences
title_sort recorrências antroponímicas lusófonas lusophone anthroponymy recurrences
publisher Centro em Rede de Investigação em Antropologia
series Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia
issn 0873-6561
publishDate 2008-05-01
description A proposta central deste ensaio é que a tradição antroponímica lusófona constitui um fenómeno de regionalidade sociocultural que permite um exercício da comparação contrastiva. Desde as mudanças que ocorreram no início da Época Moderna, o nome lusófono promove que a pessoa se apresente como tendo “naturalmente” uma presença independente das instâncias de dominação que a criam. O campo é estruturado por três binómios assimétricos: o binómio nome próprio&#8197;/&#8197;sobrenome, que apresenta a pessoa como unitária, enquanto a família assume o aspecto de colectividade; o binómio nome oficial&#8197;/&#8197;outros nomes, que posiciona a pessoa como a instância elementar da cidadania e da espiritualidade (a alma); o binómio masculino&#8197;/&#8197;feminino, que cria um processo de englobamento do feminino pelo masculino.<br>This essay approaches the Lusophone tradition in personal naming as a kind of sociocultural regionality, allowing for subsequent contrastive comparison. Ever since the changes that took place at the onset of the Modern Era, Lusophone names can be seen to promote the person as possessing a “natural” existence when faced with the primary instances of domination which relate with it. Three assymetric bynomials structure the field: the opposition between first name and surname, presents the person as unitary when faced with the family which, thus, becomes a collective phenomenon; the opposition between official name versus other names places the person as the building block of citizenship and spirituality (the soul); the opposition masculine/feminine creates a process of encompassment of the later by the former.
topic lusofonia
nomes de pessoa
comparação controlada
dominação
lusophone
personal names
controlled comparison
domination
url http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612008000100012
work_keys_str_mv AT joaodepinacabral recorrenciasantroponimicaslusofonaslusophoneanthroponymyrecurrences
_version_ 1725373251299835904