Summary: | Objetivos: Calcular a proporção de internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde no Estado de Minas Gerais decorrentes de eventos adversos a medicamentos, descrevendo-as segundo variáveis demográficas, tempo de permanência, especialidade médica e causa de internação. Métodos: Estudo transversal com dados secundários, obtidos do banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares, referentes a internações hospitalares pagas pelo Sistema Único de Saúde em Minas Gerais no período de 2012 a 2014. A incidência de internações por eventos adversos a medicamentos foi calculada e expressa por 1. 000 internações. Os totais de internações e de internações por eventos adversos a medicamentos foram descritos segundo o sexo e a faixa etária do paciente, o tempo de permanência no hospital e a especialidade médica. A comparação entre as frequências das diferentes categorias das variáveis em estudo foi realizada por meio do teste do qui-quadrado, empregando-se nível de significância de 5%. Resultados: A incidência de internações por eventos adversos a medicamentos foi de 25,9 por mil internações pagas pelo Sistema Único de Saúde. Os homens apresentaram maior proporção de internações por eventos adversos a medicamentos em comparação às mulheres (2,7% contra 2,4%). Dentre as faixas etárias, a que apresentou maior taxa de internações por eventos adversos a medicamentos foi a de 60 anos ou mais (3,4%) e a menor taxa ocorreu nas crianças até 9 anos de idade (0,6%). Foi observada uma maior proporção de hospitalizações por eventos adversos a medicamentos nas situações em que o tempo de permanência foi de 15 dias ou mais (7,6%) e na especialidade médica de clínica psiquiátrica (8,3%)
Conclusões: Os eventos adversos a medicamentos constituíram uma importante causa de internação hospitalar no SUS em Minas Gerais entre 2012 e 2014. A ocorrência de internação por eventos adversos a medicamentos apresentou associação com sexo masculino, faixa etária de 60 anos ou mais, maior tempo de permanência no hospital e especialidade médica de clínica psiquiátrica. Ações de fomento da farmacovigilância nas instituições de saúde são necessárias para a prevenção de eventos adversos a medicamentos
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