Fora do jogo: a experiência dos negros na classe média brasileira Out of the game: brazilian black middle class experiences

Abordo neste texto o significado da mobilidade social para empresários negros que fazem parte da classe média, a partir do relato das trajetórias de mobilidade e do significado da cor nesse processo. Ao contrário da maioria dos estudos clássicos sobre o tema, que viam na mobilidade social dos negros...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Angela Figueiredo
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Campinas 2004-12-01
Series:Cadernos Pagu
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332004000200007
Description
Summary:Abordo neste texto o significado da mobilidade social para empresários negros que fazem parte da classe média, a partir do relato das trajetórias de mobilidade e do significado da cor nesse processo. Ao contrário da maioria dos estudos clássicos sobre o tema, que viam na mobilidade social dos negros um exemplo contundente da não existência do preconceito de cor no Brasil, destaco na análise a forma como o preconceito e a discriminação são percebidos pelos entrevistados. Mas ainda que a maioria deles tenha relatado terem sido vítimas do preconceito racial, as respostas variam muito e nenhum deles relatou ter recorrido à justiça. Por este motivo, tenho insistido no fato de que o reconhecimento ou a percepção que o próprio indivíduo tem acerca de ser alvo do preconceito racial não se traduz, necessariamente, na tomada de uma atitude que consideremos eficaz ou politicamente relevante no combate ao racismo.<br>The article deals with the meaning of social mobility for black entrepreneurs and businessmen that can be considered as part of a middle class. The metodology consists of the study of life careers and the place of colour therein. In spite of most canonical studies pointing out to the simple fact of social mobility for Black Brazilians as the best piece of evidence of the absence of a colour bar in Brazil, I single out the way in which such bar is perceived by the informants. However, even though most of them have experienced racial discrimination, their response to it varies a lot and none ever lodged a legal complaint. My argument is that individual recognition or perception of racial discrimination do not conflate straightforwardly with an actual and effective political stance in the struggle against racism.
ISSN:0104-8333