O Imperativo de Gozo do Supereu e sua Conexão com a Demanda de Amor Insaciável das Mulheres
A teorização do conceito de supereu por Freud tem muita importância para o exercício clínico da psicanálise. Freud trabalhou com a tríade parricídio, culpa e punição desde os primórdios da teoria psicanalítica até a formalização do conceito, em 1923. Com o percurso de ensino de Lacan, o supereu simb...
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Universidade de Fortaleza
2016-05-01
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doaj-9f19b95fcd804c6591c309650b095de82020-11-25T02:59:32ZporUniversidade de FortalezaRevista Subjetividades2359-07772359-07772016-05-01123-45836063917O Imperativo de Gozo do Supereu e sua Conexão com a Demanda de Amor Insaciável das MulheresDaniela de Oliveira Martins Mendes Daibe0Heloisa Caldas1Universidade Estadual do Rio de JaneiroUniversidade Estadual do Rio de JaneiroA teorização do conceito de supereu por Freud tem muita importância para o exercício clínico da psicanálise. Freud trabalhou com a tríade parricídio, culpa e punição desde os primórdios da teoria psicanalítica até a formalização do conceito, em 1923. Com o percurso de ensino de Lacan, o supereu simbólico como lei incompreendida foi se aproximando ao campo do gozo e, dessa forma, ao registro do real. Não há apreensão total da lei incompreendida, o que já aponta para o que escapa ao simbólico, ou seja, para o real. Para o aprofundamento teórico a respeito do supereu feminino, é fundamental lançar mão da evolução do pensamento de Lacan a respeito do gozo feminino, o Outro gozo. Este não apresenta balizas, é inominável, não se escreve, é diferente do gozo fálico norteado pelo Nome-do-Pai. Essa lei coloca ordem no caprichoso desejo da mãe, coordenando o gozo puro à função fálica. O supereu feminino é uma máscara que, por si só, é uma saída fálica na tentativa de lidar com o gozo sem balizas. Por outro lado, o supereu é um imperativo de gozo. Frente a isso, cabe uma interrogação: associando o supereu à gulodice da pulsão, pode-se pensar sua presença na demanda infinita de amor feita pelas mulheres? A enigmática questão “o que quer uma mulher?” marca que é impossível satisfazer as mulheres. Nesse caso, essa demanda se articularia ao Outro gozo, aquele que escapa e difere do gozo fálico. Tal demanda não exige o mesmo, porém, mais e mais de outra coisa. Este artigo visa pensar essas questões em relação aos males do amor causados pelas exigências de amor das mulheres.https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/5059supereu, imperativo de gozo, amor, feminino, nome-do-pai. |
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A teorização do conceito de supereu por Freud tem muita importância para o exercício clínico da psicanálise. Freud trabalhou com a tríade parricídio, culpa e punição desde os primórdios da teoria psicanalítica até a formalização do conceito, em 1923. Com o percurso de ensino de Lacan, o supereu simbólico como lei incompreendida foi se aproximando ao campo do gozo e, dessa forma, ao registro do real. Não há apreensão total da lei incompreendida, o que já aponta para o que escapa ao simbólico, ou seja, para o real. Para o aprofundamento teórico a respeito do supereu feminino, é fundamental lançar mão da evolução do pensamento de Lacan a respeito do gozo feminino, o Outro gozo. Este não apresenta balizas, é inominável, não se escreve, é diferente do gozo fálico norteado pelo Nome-do-Pai. Essa lei coloca ordem no caprichoso desejo da mãe, coordenando o gozo puro à função fálica. O supereu feminino é uma máscara que, por si só, é uma saída fálica na tentativa de lidar com o gozo sem balizas. Por outro lado, o supereu é um imperativo de gozo. Frente a isso, cabe uma interrogação: associando o supereu à gulodice da pulsão, pode-se pensar sua presença na demanda infinita de amor feita pelas mulheres? A enigmática questão “o que quer uma mulher?” marca que é impossível satisfazer as mulheres. Nesse caso, essa demanda se articularia ao Outro gozo, aquele que escapa e difere do gozo fálico. Tal demanda não exige o mesmo, porém, mais e mais de outra coisa. Este artigo visa pensar essas questões em relação aos males do amor causados pelas exigências de amor das mulheres. |
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