O USO DOS PERFIS GEOFÍSICOS NA DEFINIÇÃO DE AMBIENTES DEPOSICIONAIS

Várias dificuldades ocorrem na definição litológica entre sedimentos das Formações Botucatu e Pirambóia, na Bacia do Paraná. Tradicionalmente, a primeira é considerada como tendo sido depositada em ambiente eólico enquanto a segunda, em ambiente flúvio-lacustrino/eólico. Freqüentes interdigitações d...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Geraldo Girão Nery, Sérgio B. R. de Barros
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Águas Subterrâneas 2000-09-01
Series:Revista Águas Subterrâneas
Subjects:
Online Access:https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/24099
Description
Summary:Várias dificuldades ocorrem na definição litológica entre sedimentos das Formações Botucatu e Pirambóia, na Bacia do Paraná. Tradicionalmente, a primeira é considerada como tendo sido depositada em ambiente eólico enquanto a segunda, em ambiente flúvio-lacustrino/eólico. Freqüentes interdigitações de camadas eólicas e fluviais são encontradas na bibliografia mundial, indicando uma forte coexistência entre tais depósitos. Exemplares de perfis geofísicos de poços profundos da PETROBRAS mostram contatos abruptos entre ambas formações, como se fossem dois eventos em separados. Por outro lado, constata-se, em simples consulta ao Banco de Dados de perfis da HYDROLOG, exemplos clássicos de interdigitação em perfis de poços rasos. As areias eólicas do Botucatu são praticamente isentas de argila em seus poros, sendo, portanto, os bons aqüíferos da bacia. Ocorre nas areias sílticas do Pirambóia, exatamente o contrário; o alto teor de argilosidade reduz sensivelmente sua eficiência hidráulica. É importante ter-se em mente que critérios granulométricos usados para identificar diferentes ambientes deposicionais, tornam-se ambíguos ou confusos quando os sedimentos eólicos forem retrabalhados por rios. Este trabalho mostra o uso dos perfis geofísicos na distinção qualitativa entre sedimentos eólicos e subaquosos, sem levar em consideração denominações específicas de formações, somente analisando o formato das curvas tipo API (American Petroleum Institute). O perfil de Raios Gama Convencional (RG) registra o teor de Urânio, Tório e Potássio (K40) das rochas. A argilosidade dos aqüíferos é função do teor de K40 proveniente das micas e feldspatos preexistentes. Problemas que ocorram em arcósios e conglomerados policompostos podem ser contornados com o uso de outras curvas como a Resistividade Indutiva Profunda (DIR ou 6FF40), Normal Curta (SN ou R16), embora esta última seja bastante influenciada pelos volumes de lama e filtrado. Eventualmente, podem ser utilizados o SP e o Sônico.
ISSN:0101-7004
2179-9784