Configurações recentes das favelas cariocas: três cenas da "pacificação"

O artigo propõe uma interpretação do experimento das UPPs a partir do (já clássico) enquadramento teórica proposto por Veena Das e Deborah Poole e com base no referencial empírico de três casos (ou cenas) que nos escancaram os deslocamentos da atividade policial em contextos de “pacificação”. O art...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Thiago Oliveira Lima Matiolli, Rachel Barros de Oliveira, Daniel Soares Rodrigues
Format: Article
Language:English
Published: Aarhus University 2016-06-01
Series:Brasiliana: Journal for Brazilian Studies
Subjects:
Online Access:https://tidsskrift.dk/bras/article/view/21973
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spelling doaj-a0dcc3e91d3f4d7f91195e82f8b6a4d62020-11-24T22:29:02ZengAarhus UniversityBrasiliana: Journal for Brazilian Studies2245-43732016-06-0142427221190Configurações recentes das favelas cariocas: três cenas da "pacificação"Thiago Oliveira Lima Matiolli0Rachel Barros de Oliveira1Daniel Soares Rodrigues2Universidade de São Paulo (USP)Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de JAneiro (IESP/UERJ).Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de JAneiro (IESP/UERJ).O artigo propõe uma interpretação do experimento das UPPs a partir do (já clássico) enquadramento teórica proposto por Veena Das e Deborah Poole e com base no referencial empírico de três casos (ou cenas) que nos escancaram os deslocamentos da atividade policial em contextos de “pacificação”. O artigo tem o objetivo de apresentar um olhar mais apurado sobre a atuação policial em espaços militarizados da cidade do Rio de Janeiro, entendendo que uma agenda de estudos interessante emerge quando nos debruçamos sobre tais práticas de ordenamento urbano e gestão de populações. A partir de uma literatura que permite identificar as margens que sedimentam a forma de atuação do Estado nas favelas, vimos como a imagem veiculada pelos órgãos de segurança pública, que legitimam as favelas como territórios apartados da cidade formal e que, por isso mesmo, precisam ser resgatados, se contrapõem às cenas aqui recontadas, que salientam os aspectos “borrados” desta busca pela formalidade, presente nas práticas dos representantes estatais que agem dentro ou fora da legalidade, bem como nas próprias práticas locais, que criam as regras que se sobrepõem ao exercício formal da lei. São essas formas de (i)legibilidade que, nos espaços favelizados e em contextos situados, recriam o próprio Estado.https://tidsskrift.dk/bras/article/view/21973“pacificação”favelasmargens do Estado.
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