HIV/AIDS, Estigma e Saúde

Apesar de o HIV/AIDS ser descrito como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, desde a sua identificação, revelouse também como uma doença social dada a sua relação com grupos historicamente reprimidos, como os homossexuais masculinos, e todo o estigma construído em torno da doença. Dian...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Bruna Rafaela Dias Santos, Anne Lara Pereira Clementino, Marilia Borborema Rodrigues Cerqueira
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Uberlândia 2021-09-01
Series:Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlândia
Subjects:
Online Access:http://www.seer.ufu.br/index.php/revistafadir/article/view/59721
id doaj-a3ba661632244f7c81ddd38beee83ee6
record_format Article
spelling doaj-a3ba661632244f7c81ddd38beee83ee62021-09-14T14:19:06ZporUniversidade Federal de UberlândiaRevista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlândia2177-49192178-04982021-09-0149116119010.14393/RFADIR-v49n1a2021-5972159721HIV/AIDS, Estigma e SaúdeBruna Rafaela Dias Santos0Anne Lara Pereira Clementino1Marilia Borborema Rodrigues Cerqueira2Universidade Estadual de Montes ClarosUniversidade Estadual de Montes ClarosUniversidade Estadual de Montes ClarosApesar de o HIV/AIDS ser descrito como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, desde a sua identificação, revelouse também como uma doença social dada a sua relação com grupos historicamente reprimidos, como os homossexuais masculinos, e todo o estigma construído em torno da doença. Diante disso, diversas práticas eminentemente excludentes foram estabelecidas, como a adoção de leis e medidas de restrição, sob o argumento de “proteger a sociedade”. Dentre elas cita-se a política de vedação à doação de sangue por homens que fazem sexo com homens e suas parceiras, pelo prazo de um ano, estabelecida pela portaria 158/2016, artigo 64, inciso IV. Este artigo tratase de uma revisão de literatura cujo objetivo é analisar o conteúdo da decisão da ADI 5543 que julgou inconstitucional o referido artigo, a partir de perspectivas da doutrina e da literatura sobre a epidemia, principalmente no que tange ao combate à discriminação contra pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA). Concluiu-se, diante disso, que o julgamento da ADI representa um progresso no combate à discriminação contra pessoas homossexuais e as PVHA, uma vez que tal restrição desautoriza a realização das doações de sangue, prejudicando tanto aqueles que se sentem discriminados como também os pacientes que necessitam de tais doações. Ademais, tal exclusão demonstrou-se incompatível com o panorama constitucional estabelecido após a Cons t i tui ção de 1988, razão pe l o qual f o i de c larada sua inconstitucionalidade.http://www.seer.ufu.br/index.php/revistafadir/article/view/59721síndrome da imunodeficiência adquiridavírus imunodeficiência humanadoadores de sangueepidemiaestigma social
collection DOAJ
language Portuguese
format Article
sources DOAJ
author Bruna Rafaela Dias Santos
Anne Lara Pereira Clementino
Marilia Borborema Rodrigues Cerqueira
spellingShingle Bruna Rafaela Dias Santos
Anne Lara Pereira Clementino
Marilia Borborema Rodrigues Cerqueira
HIV/AIDS, Estigma e Saúde
Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlândia
síndrome da imunodeficiência adquirida
vírus imunodeficiência humana
doadores de sangue
epidemia
estigma social
author_facet Bruna Rafaela Dias Santos
Anne Lara Pereira Clementino
Marilia Borborema Rodrigues Cerqueira
author_sort Bruna Rafaela Dias Santos
title HIV/AIDS, Estigma e Saúde
title_short HIV/AIDS, Estigma e Saúde
title_full HIV/AIDS, Estigma e Saúde
title_fullStr HIV/AIDS, Estigma e Saúde
title_full_unstemmed HIV/AIDS, Estigma e Saúde
title_sort hiv/aids, estigma e saúde
publisher Universidade Federal de Uberlândia
series Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlândia
issn 2177-4919
2178-0498
publishDate 2021-09-01
description Apesar de o HIV/AIDS ser descrito como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, desde a sua identificação, revelouse também como uma doença social dada a sua relação com grupos historicamente reprimidos, como os homossexuais masculinos, e todo o estigma construído em torno da doença. Diante disso, diversas práticas eminentemente excludentes foram estabelecidas, como a adoção de leis e medidas de restrição, sob o argumento de “proteger a sociedade”. Dentre elas cita-se a política de vedação à doação de sangue por homens que fazem sexo com homens e suas parceiras, pelo prazo de um ano, estabelecida pela portaria 158/2016, artigo 64, inciso IV. Este artigo tratase de uma revisão de literatura cujo objetivo é analisar o conteúdo da decisão da ADI 5543 que julgou inconstitucional o referido artigo, a partir de perspectivas da doutrina e da literatura sobre a epidemia, principalmente no que tange ao combate à discriminação contra pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA). Concluiu-se, diante disso, que o julgamento da ADI representa um progresso no combate à discriminação contra pessoas homossexuais e as PVHA, uma vez que tal restrição desautoriza a realização das doações de sangue, prejudicando tanto aqueles que se sentem discriminados como também os pacientes que necessitam de tais doações. Ademais, tal exclusão demonstrou-se incompatível com o panorama constitucional estabelecido após a Cons t i tui ção de 1988, razão pe l o qual f o i de c larada sua inconstitucionalidade.
topic síndrome da imunodeficiência adquirida
vírus imunodeficiência humana
doadores de sangue
epidemia
estigma social
url http://www.seer.ufu.br/index.php/revistafadir/article/view/59721
work_keys_str_mv AT brunarafaeladiassantos hivaidsestigmaesaude
AT annelarapereiraclementino hivaidsestigmaesaude
AT mariliaborboremarodriguescerqueira hivaidsestigmaesaude
_version_ 1717379750430769152