A guerra colonial portuguesa na poesia testemunhal de Fernando Assis Pacheco e Manuel Alegre: diálogos, congruências e incongruências

Este artigo debate a poesia testemunhal de Fernando Assis Pacheco e Manuel Alegre, ambos ex-combatentes da guerra colonial portuguesa em África. As análises se detêm às publicações realizadas próximas de confrontos ou ainda no calor deles, a saber: Cuidar dos Vivos (1963) e Catalabanza, Quilolo e V...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vinícius Victor Araujo Barros
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 2020-12-01
Series:Scripta
Subjects:
Online Access:http://seer.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/24576
Description
Summary:Este artigo debate a poesia testemunhal de Fernando Assis Pacheco e Manuel Alegre, ambos ex-combatentes da guerra colonial portuguesa em África. As análises se detêm às publicações realizadas próximas de confrontos ou ainda no calor deles, a saber: Cuidar dos Vivos (1963) e Catalabanza, Quilolo e Volta (1976), de Fernando Assis Pacheco, e Praça da Canção (1965) e Canto e as armas (1967), de Manuel Alegre. Baseados nas concepções de Walter Benjamin (2012) de crise do compromisso tácito entre o leitor e o narrador moderno e no paroxismo da impossibilidade de representação artística de uma catástrofe humana como a guerra, procuramos evidenciar como cada um dos autores portugueses elaborou esteticamente seu testemunho com o intuito de retratar em versos a brutalidade cotidiana do front e os traumas de lá trazidos. Atentos aos diálogos, as congruências e as incongruências entre as produções dos dois poetas, esperamos colocar em questão que as guerras são, paradoxalmente, experiências coletivas momentâneas, porém, individualmente vivenciadas.
ISSN:1516-4039
2358-3428