Os antropólogos e a identificação de terras quilombolas no Brasil (1997-2015)

Este artigo tem como tema as práticas e relações entre a antropologia brasileira e a identificação das terras das comunidades remanescentes de quilombos. O direito coletivo a terra para as comunidades negras rurais e urbanas de nosso país não foi baseado num acúmulo de estudos antropológicos sobre e...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ana Paula Comin de Carvalho
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Antropologia 2020-01-01
Series:Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia
Subjects:
Online Access:https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41985
Description
Summary:Este artigo tem como tema as práticas e relações entre a antropologia brasileira e a identificação das terras das comunidades remanescentes de quilombos. O direito coletivo a terra para as comunidades negras rurais e urbanas de nosso país não foi baseado num acúmulo de estudos antropológicos sobre essa população, como no caso colombiano. Foi o imaginário sobre o que teriam sido os quilombos que alcançou o estatuto de tema constitucional em 1988. Desse modo, o problema de identificação desses grupos se configurou num campo específico de atuação que envolve uma gama diversificada de mediadores, dentre eles os antropólogos que entre os anos de 1997 e 2015 produziram 209 relatórios de identificação de territórios quilombolas. Diante da inexistência de um balanço sobre esses trabalhos, buscamos preencher essa lacuna a partir da análise de uma amostra desse universo com ênfase nas estratégias de construção de autoridade etnográfica, na política de citações e na narrativa implícita que estruturam os relatórios em questão.
ISSN:2179-7331