Tratamento em regime compulsivo ambulatório: estudo de follow-up após um ano em Portugal

Enquadramento: Não existem evidências suficientes relativamente ao impacto do tratamento em regime compulsivo ambulatório (TCA). Objetivos: Avaliámos o impacto do TCA ao longo de um ano em sintomas, funcionamento pessoal e social, insight e cognição. Métodos: Análise naturalística, longitudinal,...

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Bibliographic Details
Main Authors: Sofia Brissos, Gonçalo Sobreira, João Miguel Oliveira, Zita Gameiro, Fernando Vieira
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental 2017-06-01
Series:Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental
Subjects:
Online Access:https://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/55
Description
Summary:Enquadramento: Não existem evidências suficientes relativamente ao impacto do tratamento em regime compulsivo ambulatório (TCA). Objetivos: Avaliámos o impacto do TCA ao longo de um ano em sintomas, funcionamento pessoal e social, insight e cognição. Métodos: Análise naturalística, longitudinal, no início e no follow-up após um ano, de 15 pacientes seguidos numa consulta especializada de TCA. Os pacientes foram submetidos a avaliação estandardizada com o Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS) (Escala Positiva e Negativa do Síndroma), Personal and Social Performance Scale (PSP) (Escala de Desempenho Pessoal e Social), Berrios-Markova Scale to Assess Unawareness in Mental Disorder (SUMD) (Escala de Avaliação da Falta de Consciência no Distúrbio Mental), Trails A e B, Digit Span, e o Controlled Oral Word Association Test (COWA) (Teste de Associação Verbal Controlada). Resultados: No follow-up houve melhorias significativas no funcionamento pessoal e social (PSP inicial total: média=46,9; follow-up: média=59,3), e nomeadamente nas atividades socialmente úteis incluindo trabalho e estudos (p=0,012) e relações pessoais e sociais (p=0,033). Três pacientes (20%) pontuaram =>69 no PSP, um bom nível de funcionamento. Porém, não verificámos melhorias significativas nos sintomas (PANSS=56,8), insight subjetivo ou objetivo (Berrios-Markova=10,0 e SUMD=11,0), ou desempenho cognitivo. Conclusões: No follow-up após um ano, os pacientes em TCA revelaram melhorias significativas no funcionamento pessoal e social, especificamente nas atividades socialmente úteis incluindo trabalho e estudos e nas relações pessoais e sociais, mas não registaram melhorias nos sintomas, insight e funcionamento cognitivo.
ISSN:2184-5522
2184-5417