Summary: | O uso do crack tem promovido intensa discussão na sociedade. Pesquisas têm contribuído na caracterização dos usuários e nas consequências negativas do seu consumo. No entanto, poucos estudos têm se aprofundado nos contextos socioculturais em que o crack é consumido. Para tanto, o estudo tem como objetivo discutir o ritual de consumo do crack e suas repercurssões sociais e à saúde dos usuários. Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-ad). Os sujeitos foram selecidonados em dois grupos de informantes-chave: usuários de crack em acompanhamento e trabalhadores de saúde. Utilizou-se como técnica de coleta a entrevista semiestruturada. Os resultados demonstraram que o consumo de crack não está dissociado do modo de organização atual da sociedade. Há relação entre o uso desta substância e a organização social para o consumo. Os indivíduos buscam no crack fazer parte de um mercado consumidor, participando ativamente do que a sociedade concebe como novidade. As formas e as cenas de uso têm relação direta com a saúde dos usuários, necessitando que haja por parte dos serviços de saúde detecção, aproximação e intervenções de saúde nessas cenas de uso.
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