| Summary: | Os hemangiomas cavernosos fazem parte de um grupo extenso de lesões vasculares. Ocorrem em todas as faixas etárias, sendo mais comum em pessoas idosas e raramente em crianças; acometem mais mulheres que homens. Localizam-se freqüentemente na derme, podendo também comprometer estruturas mais profundas como subcutâneo, músculos, ossos, etc. Podem ser visíveis como ectasias ou tumores arroxeados localizados mais profundamente nas partes moles. São malformações que estão presentes desde o nascimento, geralmente de forma incipiente, e se manifestam clinicamente de forma proporcional ao crescimento da criança ou sob alterações hormonais ou de pressão. Relatamos o caso de uma menina de 10 anos e 8 meses com queixa de um nódulo abdominal doloroso há um mês. A dor ocorria, principalmente, quando a criança corria ou andava, melhorando quando em repouso. Nega uso de medicamentos e outros sintomas acompanhando o quadro. Ao exame físico apresentava uma massa palpável no abdome em flanco direito, medindo 3,0 x 1,0 cm, aderida aos planos profundos, de superfície lisa, doloroso à palpação; massa palpável na região lombar à esquerda medindo 2,0 x 1,0 cm. O restante do exame físico mostrava-se sem alterações. Em relação ao exames subsidiários foi solicitada ultra-sonografia de abdome total. Mostrou-se dentro da normalidade com achado adicional de três imagens nodulares hipoecóicas em nível do flanco direito, sendo duas proximais e uma mais lateralizada, que segundo o laudo pareciam corresponder a linfonodos mesentéricos aumentados de volume medindo, respectivamente, 1,5 x 0,5 cm, 1,4 x 0,5 cm e 1,2 x 0,5 cm. Tomografia computadorizada de pelve e abdome compatível com a normalidade. Foi encaminhada ao cirurgião pediátrico para realização de biópsia das massas. O exame anátomo-patológico da lesão mostrou como diagnóstico hemangioma cavernoso. Adotou-se uma conduta de controle do quadro através de exame ultra-sonográfico de seis em seis meses. O hemangioma cavernoso é benigno. Nenhum tratamento é necessário se o paciente mostrar-se assintomático. A cirurgia é indicada somente quando não causar seqüelas funcionais e estéticas ou como última opção em circunstâncias de crescimento progressivo ou lesões sangrantes.
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