Summary: | A análise de A varanda do frangipani (2007), de Mia Couto, permite, por meio de discussões implicadas nos estudos pós-coloniais, destacar especificidades político-sociais relacionadas à identidade, tradição e cultura. As personagens coutianas problematizam, na narrativa, sentidos identitários e o processo de independência de Moçambique, seguido dos traumáticos desdobramentos da guerra civil pela disputa do poder. No romance, a tradição, ou “antigamente”, parece silenciada, contudo, Couto aponta para um possível resgate dessas vivências ao frisar ritos, crenças e práticas. O escritor moçambicano marca a pluralidade cultural e, desse modo, elabora uma tessitura realista maravilhosa. Nessa perspectiva, valemo-nos dos estudos voltados ao Realismo Maravilhoso, que enfatiza eventos insólitos e elementos culturais vinculados ao espaço-tempo, à linguagem e ao discurso sociocultural
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