O balanço de carbono da Amazônia brasileira

GLOBALMENTE, a biota terrestre é um sumidouro significativo de dióxido de carbono (CO2) atmosférico. Estudos recentes do IPCC para a década de 1990 estimam a biota terrestre com sendo um sumidouro líquido de aproximadamente 1,4 gigatonelada de carbono por ano (assimilação líquida pela biota terrestr...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Carlos A. Nobre, Antônio D. Nobre
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo 2002-08-01
Series:Estudos Avançados
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200006
id doaj-c765e14ddf4d4df2addd78500eec6847
record_format Article
spelling doaj-c765e14ddf4d4df2addd78500eec68472020-11-24T22:46:57ZspaUniversidade de São PauloEstudos Avançados0103-40141806-95922002-08-011645819010.1590/S0103-40142002000200006O balanço de carbono da Amazônia brasileiraCarlos A. NobreAntônio D. NobreGLOBALMENTE, a biota terrestre é um sumidouro significativo de dióxido de carbono (CO2) atmosférico. Estudos recentes do IPCC para a década de 1990 estimam a biota terrestre com sendo um sumidouro líquido de aproximadamente 1,4 gigatonelada de carbono por ano (assimilação líquida pela biota terrestre menos as emissões devidas às mudanças dos usos da terra). É provável que a maior parte desse suposto sumidouro aconteça nas florestas das latitudes médias e dos trópicos. Estudos do ciclo do carbono do Experimento LBA estão mostrando que as florestas não-perturbadas da Amazônia comportam-se com um forte sumidouro de carbono, com taxas na faixa de 1 a 7 toneladas por hectare por ano, ao passo que as áreas inundadas e os rios podem estar agindo como fonte de carbono de até 1,2 tonelada por hectare por ano. O desmatamento e a queima de biomassa representam uma emissão líquida de aproximadamente 0,2 gigatonelada de carbono por ano na Amazônia brasileira. Ainda que se leve em conta as grandes incertezas existentes sobre essas medidas, o balanço das evidências observacionais aponta para a possibilidade de que as florestas tropicais da América do Sul estejam funcionando como sumidouros de carbono da atmosfera.<br>GLOBALLY, the terrestrial biota acts as a significant carbon sink for atmospheric carbon dioxide (CO2). The most recent estimate from IPCC for the 1990's puts the terrestrial biota at a net sink of 1.4 gigaton of carbon per year (net carbon uptake by the biota minus emissions from land use changes). It is likely that most of this presumed sink takes place in mid-latitude and tropical forests. Carbon cycle studies in the LBA Experiment indicate that the undisturbed forest of Amazonia may be a strong sink of carbon, at rates from 1 to 7 tons per hectare per year, whereas the wetlands may act as a source of carbon into the atmosphere of up to 1.2 ton per hectare per year. Deforestation and biomass burning in Brazilian Amazonia alone account for a net carbon dioxide emission of about 0,2 gigaton of carbon per year. Notwithstanding the still large uncertainties of these estimates, the balance of observational evidence points to the possibility that the tropical forests of South America function as a sink of carbon from the atmosphere.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200006
collection DOAJ
language Spanish
format Article
sources DOAJ
author Carlos A. Nobre
Antônio D. Nobre
spellingShingle Carlos A. Nobre
Antônio D. Nobre
O balanço de carbono da Amazônia brasileira
Estudos Avançados
author_facet Carlos A. Nobre
Antônio D. Nobre
author_sort Carlos A. Nobre
title O balanço de carbono da Amazônia brasileira
title_short O balanço de carbono da Amazônia brasileira
title_full O balanço de carbono da Amazônia brasileira
title_fullStr O balanço de carbono da Amazônia brasileira
title_full_unstemmed O balanço de carbono da Amazônia brasileira
title_sort o balanço de carbono da amazônia brasileira
publisher Universidade de São Paulo
series Estudos Avançados
issn 0103-4014
1806-9592
publishDate 2002-08-01
description GLOBALMENTE, a biota terrestre é um sumidouro significativo de dióxido de carbono (CO2) atmosférico. Estudos recentes do IPCC para a década de 1990 estimam a biota terrestre com sendo um sumidouro líquido de aproximadamente 1,4 gigatonelada de carbono por ano (assimilação líquida pela biota terrestre menos as emissões devidas às mudanças dos usos da terra). É provável que a maior parte desse suposto sumidouro aconteça nas florestas das latitudes médias e dos trópicos. Estudos do ciclo do carbono do Experimento LBA estão mostrando que as florestas não-perturbadas da Amazônia comportam-se com um forte sumidouro de carbono, com taxas na faixa de 1 a 7 toneladas por hectare por ano, ao passo que as áreas inundadas e os rios podem estar agindo como fonte de carbono de até 1,2 tonelada por hectare por ano. O desmatamento e a queima de biomassa representam uma emissão líquida de aproximadamente 0,2 gigatonelada de carbono por ano na Amazônia brasileira. Ainda que se leve em conta as grandes incertezas existentes sobre essas medidas, o balanço das evidências observacionais aponta para a possibilidade de que as florestas tropicais da América do Sul estejam funcionando como sumidouros de carbono da atmosfera.<br>GLOBALLY, the terrestrial biota acts as a significant carbon sink for atmospheric carbon dioxide (CO2). The most recent estimate from IPCC for the 1990's puts the terrestrial biota at a net sink of 1.4 gigaton of carbon per year (net carbon uptake by the biota minus emissions from land use changes). It is likely that most of this presumed sink takes place in mid-latitude and tropical forests. Carbon cycle studies in the LBA Experiment indicate that the undisturbed forest of Amazonia may be a strong sink of carbon, at rates from 1 to 7 tons per hectare per year, whereas the wetlands may act as a source of carbon into the atmosphere of up to 1.2 ton per hectare per year. Deforestation and biomass burning in Brazilian Amazonia alone account for a net carbon dioxide emission of about 0,2 gigaton of carbon per year. Notwithstanding the still large uncertainties of these estimates, the balance of observational evidence points to the possibility that the tropical forests of South America function as a sink of carbon from the atmosphere.
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000200006
work_keys_str_mv AT carlosanobre obalancodecarbonodaamazoniabrasileira
AT antoniodnobre obalancodecarbonodaamazoniabrasileira
_version_ 1725682975230656512