A relação entre as características sociais e comportamentais da adolescente e as doenças sexualmente transmissíveis Comparative study between female adolescents with and without sexually transmitted diseases

OBJETIVO: Conhecer algumas características sociais e comportamentais das adolescentes do sexo feminino com DST e compará-las com as adolescentes sem DST atendidas no NESA-UERJ (Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro) para identificação de possíveis fator...

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Bibliographic Details
Main Authors: Stella R. Taquette, Renata Bessa de Andrade, Marília M. Vilhena, Mariana Campos de Paula
Format: Article
Language:English
Published: Associação Médica Brasileira 2005-06-01
Series:Revista da Associação Médica Brasileira
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000300015
Description
Summary:OBJETIVO: Conhecer algumas características sociais e comportamentais das adolescentes do sexo feminino com DST e compará-las com as adolescentes sem DST atendidas no NESA-UERJ (Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro) para identificação de possíveis fatores de risco às DST. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional, transversal, através de entrevistas semi-estruradas com adolescentes que procuraram atendimento no NESA entre agosto/01 e julho/02. Na análise dos dados, computamos a freqüência das variáveis e fizemos comparações entre os dois grupos de adolescentes, com e sem DST, aplicando-se o teste Qui-quadrado com nível de signficância de 5%. RESULTADOS: Entrevistamos 251 adolescentes, sendo 78 (31,1%) sexualmente ativas portadoras de DST, 83 (33,1%) sexualmente ativas sem DST e 90 (35,8%) ainda virgens. O primeiro coito ocorreu em média aos 15 anos em ambos os grupos de sexualmente ativas e o diagnóstico de vulvovaginite revelou-se com mais freqüência. Comparando as jovens com DST com as que não tinham, observou-se, respectivamente, atraso escolar em 41% e 23,1% (p<0,05), uso de bebidas alcoólicas no último mês em 43,6% e 25,4% (p<0,05), consumo de outras de drogas em 15,4% e 2,9% (p<0,05), não viviam com ambos os pais 73,1% e 46,8% (p<0,05), violência intrafamiliar em 52,6% e 38,1% (p<0,05), sofreram abuso sexual 33,3% e 11,6% (p<0,05) e não utilizaram preservativo nas relações sexuais 80,3% e 59% (p<0,05). CONCLUSÕES: Os resultados indicam uma multiplicidade de fatores de risco às DST entre as adolescentes estudadas. Pensamos que a intervenção das equipes de saúde no sentido de diminuir a incidência das DST na adolescência deve incidir primordialmente na promoção do uso constante do preservativo em todas as relações sexuais, visto que a redução dos outros fatores de risco parece depender mais de ações que ultrapassam o âmbito da saúde.<br>OBJECTIVES: To learn about some social and behavioral characteristics of female adolescents with Sexually Transmitted Diseases (STD), to compare them with adolescents without STD attended at NESA-UERJ (Adolescent Health Study Center of the State University of Rio de Janeiro) and to identify possible risk factors related to STD. METHODS: A cross-sectional study was performed by interviewing adolescents that sought care at NESA between August/2001 and July/2003. For data analysis, we computed the frequency of variables and compared the two groups of adolescents, with and without STD, performing chi-square test, with a 5% level of significance. RESULTS: We interviewed a group of 251 adolescents of which 78 (31.1%) were sexually active and had STD, 83 (33.1%) were sexually active and did not have STD and 90 (35.8%) had never experienced sexual intercourse. The mean age of the first sexual intercourse of the sexually active adolescents was of 15 years. Vulvovaginitis was the most frequent diagnosis. Comparing girls with STD to those without STD we found respectively, school setback in 41% and 23.1% (p<0.05), alcohol use in the last month in 43.6% and 25.4% (p<0.05), drug abuse in 15.4% and 2.9% (p<0.05), live away from both parents 73.1% and 46.8% (p<0.05), family violence in 52.6% and 38.1% (p<0.05), sexual abuse in 33.3% and 11.6% (p<0.05) and failure to use a condom during sexual intercourse in 80.3% and 59% (p<0.05). CONCLUSIONS: Results indicate that there are multiple STD risk factors in both groups. We believe that intervention of the health services for the purpose of reducing incidence of STD in adolescents should be concentrated on the continued encouragement for the use of a condom at each sexual intercourse, as the decrease of other risk factors seems to rest upon actions that are beyond the health ambit.
ISSN:0104-4230
1806-9282