Injeção inadvertida de metoclopramida no espaço subaracnóideo: relato de caso Inyección inadvertida de metoclopramida en el espacio subaracnoideo: relato de caso Accidental spinal metoclopramide injection: case report

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Injeção inadvertida de medicamentos de uso não espinhal nos espaços peridural e subaracnóideo é uma complicação anestésica passível de ocorrer. Este relato apresenta um caso de injeção inadvertida de metoclopramida no espaço subaracnóideo. RELATO DO CASO: Paciente do sexo...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Eduardo Barbosa Leão, Guilherme Antônio Moreira de Barros, Yara Marcondes Machado Castiglia, Eliana Marisa Ganem
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Anestesiologia 2004-10-01
Series:Revista Brasileira de Anestesiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942004000500006
Description
Summary:JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Injeção inadvertida de medicamentos de uso não espinhal nos espaços peridural e subaracnóideo é uma complicação anestésica passível de ocorrer. Este relato apresenta um caso de injeção inadvertida de metoclopramida no espaço subaracnóideo. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 17 anos, 69 kg, IMC de 26.2, estado físico ASA I, 36 semanas e 4 dias de gestação, com diagnóstico de sofrimento fetal agudo, e indicação de cesariana. Apresentava freqüência cardíaca de 82 bpm, pressão arterial de 130 x 70 mmHg, SpO2 de 97%, ritmo cardíaco sinusal regular. A anestesia foi por via subaracnóidea com a associação de anestésico local e opióide, 15 mg de bupivacaína hiperbárica a 0,5% e 25 µg de fentanil. Após 5 minutos da instalação do bloqueio, a paciente referiu "mal estar" inespecífico. Aferidas pressão arterial, 190 x 120 mmHg, freqüência cardíaca, 145 bpm, e SpO2, 95%. Verificando-se as ampolas cujos conteúdos foram administrados encontrou-se uma de bupivacaína e uma de metoclopramida. O quadro se apresentou com cefaléia frontal intensa, visão turva, náuseas, vômitos e agitação inicial, que evoluiu para sonolência e torpor, além de hipertensão arterial e taquicardia. Foram administrados tramadol, dipirona, ondansetron e medidas de suporte. Após 30 minutos, a paciente apresentava-se assintomática, com PA de 150 x 100 mmHg e FC de 120 bpm. Recebeu alta para a enfermaria 140 minutos após permanência na SRPA, com total reversão dos bloqueios motor, sensitivo e autonômico, e normalização dos parâmetros hemodinâmicos. Recebeu alta hospitalar 48 horas após, sem apresentar seqüelas neurológicas, juntamente com o recém-nascido. CONCLUSÕES: Máxima atenção deve ser dada a qualquer medicamento administrado, seja qual for à via utilizada. Padronização de cores de ampolas, e dos locais de depósito, com o intuito de diminuir este tipo de acidente é recomendável.<br>JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Inyección inadvertida de medicamentos de uso no espinal en los espacios peridural y subaracnoideo es una complicación anestésica pasible de ocurrir. Este relato presenta un caso de inyección inadvertida de metoclopramida en el espacio subaracnóideo. RELATO DEL CASO: Paciente del sexo femenino, 17 años, 69 kg, IMC de 26.2, estado físico ASA I, 36 semanas y 4 días de gestación, con diagnóstico de sufrimiento fetal agudo, e indicación de cesárea. Presentaba frecuencia cardíaca de 82 bpm, presión arterial de 130 x 70 mmHg, SpO2 de 97%, ritmo cardíaco sinusal regular. La anestesia fue por vía subaracnoidea con la asociación de anestésico local y opioide, 15 mg de bupivacaína hiperbárica a 0,5% y 25 µg de fentanil. Después de 5 minutos de la instalación del bloqueo, la paciente mencionó "mal estar" inespecífico. Aferidas presión arterial, 190 x 120 mmHg, frecuencia cardíaca, 145 bpm, y SpO2, 95%. Verificándose las ampollas cuyos contenidos fueron administrados se encontró una de bupivacaína y una de metoclorpramida. El cuadro se presentó con cefalea frontal intensa, visión turbia, náuseas, vómitos y agitación inicial, que evoluyó para somnolencia y torpor, además de hipertensión arterial y taquicardia. Fueron administrados tramadol, dipirona, ondansetron y medidas de soporte. Después de 30 minutos, la paciente se presentaba asintomática, con PA de 150 x 100 mmHg y FC de 120 bpm. Recibió alta para la enfermaria 140 minutos después de permanencia en la SRPA, con total reversión de los bloqueos motor, sensitivo y autonomico, y normalización de los parámetros hemodinámicos. Recibió alta hospitalar 48 horas después, sin presentar secuelas neurológicas, juntamente con el recién-nacido. CONCLUSIONES: Máxima atención debe ser dada a cualquier medicamento administrado, sea cual sea la vía utilizada. Patronización de colores de ampollas, y de los locales de depósito, con la finalidad de diminuir este tipo de accidente es recomendable.<br>BACKGROUND AND OBJECTIVES: Accidental injection of non-spinal drugs in epidural and spinal spaces is a possible anesthetic complication. This report presents a case of inadvertent spinal metoclopramide injection. CASE REPORT: Female patient, 17 years old, 69 kg, BMI = 26.2, physical status ASA I, 36 weeks and 4 days gestation, with acute fetal suffering and C-section indication. Patient presented with heart rate of 82 bpm, blood pressure of 130 x 70 mmHg, SpO2 of 97% and regular sinusoidal cardiac rhythm. Spinal anesthesia performed with a local anesthetic and opioid association, 15 mg of 0.25% hyperbaric bupivacaine and 25 µg fentanyl. Patient referred unspecific "discomfort" 5 minutes after blockade installation. Blood pressure was 190 x 120 mmHg, heart rate was 145 bpm and SpO2 was 95%. Checking the vials, one bupivacaine vial and one metoclopramide vial were found. Symptoms were severe frontal headache, blurred view, nausea, vomiting and initial agitation evolving to sleepiness and torpor, in addition to hypertension and tachycardia. Tramadol, dipyrone, ondansetron and support measures were administered. Patient was asymptomatic 30 minutes after with BP of 150 x 100 mmHg and HR of 120 bpm. Patient was discharged from PACU to the ward 140 minutes after with sensory, motor and autonomic block recovery and normal hemodynamic parameters. Patient was discharged 48 hours later without neurological sequelae, together with the neonate. CONCLUSIONS: Close attention should be paid to any administered drug, regardless of the route. It is desirable to standardize vial colors and storage sites aiming at minimizing this type of accident.
ISSN:0034-7094
1806-907X