Histerectomia vaginal: o laparoscópico é necessário? Vaginal hysterectomy: is the laparoscope necessary?

Objetivos: a laparoscopia pode auxiliar na conversão de uma histerectomia abdominal em vaginal quando esta última está contra-indicada, não devendo substituir a histerectomia vaginal simples quando esta é viável. Este estudo tem por objetivo discutir o papel da laparoscopia na histerectomia vaginal....

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Octacílio Figueiredo Netto, Octacílio Figueiredo, Eduardo Garcia Figueiredo, Priscila Garcia Figueiredo
Format: Article
Language:English
Published: Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia 1998-10-01
Series:Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72031998000900008
Description
Summary:Objetivos: a laparoscopia pode auxiliar na conversão de uma histerectomia abdominal em vaginal quando esta última está contra-indicada, não devendo substituir a histerectomia vaginal simples quando esta é viável. Este estudo tem por objetivo discutir o papel da laparoscopia na histerectomia vaginal. Métodos: de fevereiro de 1995 a setembro de 1998, 400 pacientes foram consideradas candidatas à histerectomia vaginal. Foram excluídas as pacientes portadoras de prolapso uterino, tumor anexial associado e útero fixo ao toque bimanual. Os procedimentos foram realizados com a técnica de Heaney utilizando métodos de redução do volume uterino no caso de úteros miomatosos. Resultados: A média de idade e paridade foi de 46,9 anos e 3,2 partos, respectivamente. Vinte e nove pacientes (7,2%) eram nulíparas e 104 (26,0%) não tinham antecedente de parto vaginal. Trezentas e três pacientes (75,7%) apresentavam cirurgia pélvica prévia, sendo a cesárea a mais freqüente (48,7%). A principal indicação cirúrgica foi miomatose uterina (61,2%), e o volume uterino médio foi de 239,9 cm³ (30-1228 cm³). A histerectomia vaginal foi realizada com sucesso em 396 pacientes (99,0%), sendo que 73 cirurgias (18,2%) foram realizadas por residentes. O tempo cirúrgico médio foi de 45 min. A laparoscopia diagnóstica/cirúrgica foi realizada em 16 pacientes (4,0%). As complicações intra-operatórias incluíram 6 lesões vesicais (1,5%) e uma lesão retal (0,2%). Quatro procedimentos (1,0%) foram efetivados pela via abdominal. Ocorreram complicações pós-operatórias em 24 pacientes (6,0%). Duzentas e oitenta e uma pacientes (70,2%) receberam alta hospitalar 24 h após a cirurgia. Conclusões: O laparoscópio não parece ser necessário nos casos em que o útero é móvel e não existe tumor anexial associado. Em última análise, o principal papel do laparoscópio parece ser o de permitir que o ginecologista se dê conta de que histerectomia vaginal simples pode ser realizada na grande maioria dos casos.<br>Purpose: the laparoscope can be used to convert an abdominal into a vaginal hysterectomy when there are contraindications for the vaginal approach, and not as a substitute for simple vaginal hysterectomy. The purpose of the present study is to discuss the role of laparoscopy in vaginal hysterectomy. Methods: between February 1995 and September 1998, 400 patients were considered candidates for vaginal hysterectomy.Exclusion criteria included uterine prolapse, adnexal tumor and uterine immobility. The Heaney technique was used, and different morcellation procedures were employed for the removal of enlarged uteri. Results: the mean age and parity was 46.9 years and 3.2 deliveries, respectively. Twenty-nine patients (7.2%) were nulliparous, and 104 (26.0%) had never delivered vaginally. Three hundred and three patients (75.7%) had a history of previous pelvic surgery, the most common being cesarean section (48.7%). The most frequent indication was leiomyoma (61.2%), and the mean uterine volume was 239.9 cm³ (30-1228 cm³). Vaginal hysterectomy was successfully performed in 396 patients (99.0%), and 73 surgeries (18.2%) were done by residents. The mean operative time was 45 min. Diagnostic/operative laparoscopy was performed in 16 patients (4.0%). Intraoperative complications included 6 cystotomies (1.5%) and one rectal laceration (0.2%). There were four conversions (1.0%) to the abdominal route. Postoperative complications occurred in 24 patients (6.0%). Two hundred and eighty-one patients (70.2%) were discharged 24 h after surgery. Conclusions: the laparoscope does not seem to be necessary in cases were the uterus is mobile and there is no adnexal tumor. The main role of the laparoscope may be to increase the awareness of gynecologists to the possibility of a simple vaginal hysterectomy in the majority of cases.
ISSN:0100-7203