FANTASMAS (IN)TANGÍVEIS NOS CONTOS DE MURILO RUBIÃO
A partir do tratamento que Freud dispensa ao significante alemão unheimlich, será examinada a questão das epígrafes bíblicas no texto de Murilo Rubião, como recurso para dar voz a fantasmas do sujeito. Esse agenciamento do conceito de fantasma aponta a inegável possibilidade de leitura dos contos mu...
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Universidade de São Paulo (USP)
2007-12-01
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Series: | Literatura e Sociedade |
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doaj-d2bd075063e94b8fb30cc7da550452a02020-11-25T03:43:21ZporUniversidade de São Paulo (USP)Literatura e Sociedade1413-29822237-11842007-12-01121010.11606/issn.2237-1184.v0i10p88-98FANTASMAS (IN)TANGÍVEIS NOS CONTOS DE MURILO RUBIÃOMárcia Marques de Morais0Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisA partir do tratamento que Freud dispensa ao significante alemão unheimlich, será examinada a questão das epígrafes bíblicas no texto de Murilo Rubião, como recurso para dar voz a fantasmas do sujeito. Esse agenciamento do conceito de fantasma aponta a inegável possibilidade de leitura dos contos murilianos pela vertente da psicanálise (raríssima, no entanto). Travessias complexas da subjetividade, conflitos do sujeito são matéria sempre da memória de sua literatura fantástica, que trata, à exaustão, do conflito entre pulsão e sua regulação, entre indivíduo e seu entorno, representado, sobretudo, pela alusão aos laços familiares, à família, ao clã, como instância primeira do mal-estar. No entanto, no texto de Rubião, os fantasmas − inquietantes, estranhos − são familiarizados por um trabalho obsessivo com o código lingüístico, com a forma do texto que, previsto, ortodoxo, tradicional e clássico, faz convergir para si, como significante, um significado tensionado entre lógico e alógico/ilógico; real e supra-real, aquietando, ainda que fugaz e ilusoriamente, a estranheza.http://www.revistas.usp.br/ls/article/view/23613Murilo Rubiãoestranho e familiarsujeito e sociedadedesejo e angústiafalta e linguagem. |
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Márcia Marques de Morais |
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A partir do tratamento que Freud dispensa ao significante alemão unheimlich, será examinada a questão das epígrafes bíblicas no texto de Murilo Rubião, como recurso para dar voz a fantasmas do sujeito. Esse agenciamento do conceito de fantasma aponta a inegável possibilidade de leitura dos contos murilianos pela vertente da psicanálise (raríssima, no entanto). Travessias complexas da subjetividade, conflitos do sujeito são matéria sempre da memória de sua literatura fantástica, que trata, à exaustão, do conflito entre pulsão e sua regulação, entre indivíduo e seu entorno, representado, sobretudo, pela alusão aos laços familiares, à família, ao clã, como instância primeira do mal-estar. No entanto, no texto de Rubião, os fantasmas − inquietantes, estranhos − são familiarizados por um trabalho obsessivo com o código lingüístico, com a forma do texto que, previsto, ortodoxo, tradicional e clássico, faz convergir para si, como significante, um significado tensionado entre lógico e alógico/ilógico; real e supra-real, aquietando, ainda que fugaz e ilusoriamente, a estranheza. |
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