A posição-sujeito gramático ocupada por Evanildo Bechara na mídia: tradição e/ou modernidade?

No presente trabalho, buscamos analisar o modo de funcionamento da posição-sujeito gramático ocupada por Evanildo Bechara na mídia. Pautamo-nos no arcabouço teórico da Análise de Discurso de linha francesa, de viés pecheutiano, e da História das Ideias Linguísticas. Consideramos que o sujeito é uma...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Agnaldo Almeida de Jesus
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2017-03-01
Series:Revista de Estudos da Linguagem
Subjects:
Online Access:http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/8404
Description
Summary:No presente trabalho, buscamos analisar o modo de funcionamento da posição-sujeito gramático ocupada por Evanildo Bechara na mídia. Pautamo-nos no arcabouço teórico da Análise de Discurso de linha francesa, de viés pecheutiano, e da História das Ideias Linguísticas. Consideramos que o sujeito é uma posição discursiva, entre outras, inscrita em dadas formações discursivas que, por sua vez, são determinadas por formações ideológicas. Logo, o que se diz não é dito de qualquer lugar, em qualquer circunstância. Enquanto sujeito gramático, posição construída sócio-historicamente, Evanildo Bechara pode enunciar de diferentes lugares, tais como o da tradição e o da ciência. Questionamo-nos, então: qual a posição-sujeito assumida pelo sujeito em questão? É reproduzido um discurso purista, pautado no tradicionalismo, ou há um deslizamento para uma posição científica, que leva em consideração os “avanços” dos estudos linguísticos? Para tanto, tomamos como corpus entrevistas com tal gramático postas em circulação pela mídia nacional entre os anos de 2005 a 2013. Em nossas análises, observamos que o sujeito em questão funciona em uma relação de distanciamento à imagem do gramático tradicional, aquele que não leva em conta os “avanços” dos estudos linguísticos. Porém, os sentidos destes “avanços” encontram-se em uma relação contraditória com aqueles advindos da tradição gramatical. São reiteradas imagens e valores de que existe, por exemplo, um “bom português” e de que o domínio da norma culta é um dos requisitos fundamentais para a ascensão social. Portanto, enuncia-se sobre os “avanços” dos estudos linguísticos a partir da posição-sujeito gramático tradicional.
ISSN:0104-0588
2237-2083