Risco de contágio ocupacional pelo sangue do doente durante os procedimentos neurocirúrgicos

A exposição ocupacional dos profissionais da área de saúde às doenças transmitidas pelo sangue tem sido preocupação crescente. Este estudo prospectivo foi realizado com o objetivo de avaliar a freqüência com que os profissionais que atuam na sala de operações neurocirúrgicas possam ser potencialment...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Flávia Elisa Antunes Lemes de Oliveira, Claudia Reiko Akamoto Sato, Milton K. Shibata
Format: Article
Language:English
Published: Thieme Revinter Publicações Ltda. 1999-06-01
Series:Brazilian Neurosurgery
Subjects:
Online Access:http://www.thieme-connect.de/DOI/DOI?10.1055/s-0038-1623039
Description
Summary:A exposição ocupacional dos profissionais da área de saúde às doenças transmitidas pelo sangue tem sido preocupação crescente. Este estudo prospectivo foi realizado com o objetivo de avaliar a freqüência com que os profissionais que atuam na sala de operações neurocirúrgicas possam ser potencialmente contaminados através de contato direto com o sangue do doente. A ocorrência do contato dos profissionais com o sangue do doente, em 62 operações consecutivas, foi anotada em protocolo pré-estabelecido pela enfermeira da neurocirurgia do centro cirúrgico. O cirurgião foi o elemento da equipe cujo contato evidente com o sangue (através de ferimento perfurocortante ou através de contato cutâneo-mucoso sem ferimento) ocorreu com maior freqüência. Nesse profissional, contatos evidentes ocorreram, pelo menos uma vez, em 19,3% das operações realizadas, um terço deles por meio de ferimentos perfurocortantes. Seguiram-no, em ordem decrescente, a instrumentadora (9,7%) e a enfermeira (6,4%). Nenhum profissional que atua na sala de operações esteve livre do risco. Este estudo demonstrou que a incidência, no cirurgião e na instrumentadora, de pelo menos um episódio de contato direto com o sangue, ou com outro material orgânico contaminado pelo sangue do doente, é elevada. Há, portanto, a necessidade de se dispor de protocolos escritos para notificação imediata das exposições ocupacionais aos patógenos transmitidos pelo sangue do doente. A notificação é importante para que o Serviço de Controle da Infecção Hospitalar da instituição analise os riscos de contágio e, se necessário, institua a profilaxia recomendada. É importante, também, que se adotem medidas, naquele ambiente, visando à prevenção de novos acidentes.
ISSN:0103-5355
2359-5922