AS FISSURAS DO CAVALEIRO INEXISTENTE

<p>Neste ensaio, a partir dos teóricos da estética da recepção e do efeito, Jauss (1994) e Iser (1995), procuramos refletir de que maneira Italo Calvino cria uma ponte entre o seu papel como organizador e compilador das fábulas italianas e o seu trabalho como ficcionista. Ao mesmo tempo em que...

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Bibliographic Details
Main Author: Diogo de Oliveira Reis (UFPE)
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Regional do Cariri 2016-12-01
Series:Macabéa
Online Access:http://periodicos.urca.br/ojs/index.php/MacREN/article/view/990
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spelling doaj-dde9d9dcc93b4251a3d268f14535780b2020-12-02T18:30:46ZengUniversidade Regional do CaririMacabéa2316-16632016-12-0142718310.47295/mren.v4i2.990622AS FISSURAS DO CAVALEIRO INEXISTENTEDiogo de Oliveira Reis (UFPE)0Doutorando pela UFPE<p>Neste ensaio, a partir dos teóricos da estética da recepção e do efeito, Jauss (1994) e Iser (1995), procuramos refletir de que maneira Italo Calvino cria uma ponte entre o seu papel como organizador e compilador das fábulas italianas e o seu trabalho como ficcionista. Ao mesmo tempo em que o autor, ao organizar as fábulas, dialoga com as formas de recepção anteriores, e procura selecioná-las a partir das sugestões fornecidas pelo seu tempo, enquanto ficcionista ele questiona os pressupostos da ilustração e a forma como esta tende a cindir racionalidade e imaginação, cultura erudita e popular. No plano ficcional, Calvino tenciona as ideias dos séculos XVIII e XIX, na medida em que situa um personagem que retoma a univocidade da racionalidade iluminista (o cavaleiro inexistente) num universo fabular e indeterminado (o da dinastia de Carlos Magno, entre os séculos VIII e IX). Se, como diz Chaui (1986, p. 24), a perspectiva ilustrada vê a Cultura Popular como resíduo morto, Calvino, através da mediação do ficcional, insere um personagem ilustrado num universo medieval para demonstrar que nenhuma racionalidade consegue sobreviver se negar o imaginário popular e as relações intersubjetivas que se encontram no seu bojo.</p><p> </p><p><strong>DOI:</strong> https://doi.org/10.47295/mren.v4i2.990</p>http://periodicos.urca.br/ojs/index.php/MacREN/article/view/990
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