Summary: | Resumo Este estudo objetivou analisar as vivências de prazer-sofrimento de oito assistentes em administração de uma universidade que solicitaram remoção motivada por alguma insatisfação. O estudo, realizado entre setembro de 2013 e agosto de 2015, referenciou-se na psicodinâmica do trabalho. Optou-se por entrevistas semiestruturadas e pela análise de conteúdo. Diferentes aspectos relacionados ao trabalho emergiram de três categorias centrais: prazer; sofrimento; estratégias defensivas e luta por reconhecimento. Em relação ao sofrimento, os entrevistados apontaram o estigma e a invisibilidade das atividades-meio, preocupação constante com aspectos conflituosos do trabalho, somatização e intensificação do trabalho. Já as vivências de prazer foram relacionadas às condições salariais, qualificação no trabalho, retribuição simbólica e possibilidades de reconhecimento. Em face do sofrimento, destacaram-se estratégias defensivas na luta pelo reconhecimento: priorização da qualificação; verbalização dos problemas; e busca de instrumentos de proteção de conflitos, entre outras. Na expectativa de minimizar insatisfações, os entrevistados utilizaram a remoção, que se revelou exitosa em parte dos casos, auxiliando-os na ressignificação do trabalho e preservação da saúde. Esse instrumento, porém, não atua na origem das vivências de prazer-sofrimento. O sofrimento, além de intrínseco ao trabalho, situa-se em um contexto organizacional que cria entraves à possibilidade individual de ressignificá-lo por meio da remoção.
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