A política e a poética do coletivo frente três de fevereiro
O presente artigo analisa as ações anti-racismo “Monumento Horizontal” (2004), intervenção urbana realizada na cidade de São Paulo, e “Bandeiras” (2005), série de bandeiras abertas em diversas partidas de futebol. Ambas foram realizadas pelo coletivo Frente Três de Fevereiro, grupo paulistano de ar...
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Universidade de São Paulo (USP)
2021-08-01
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doaj-e25778208bb847f48fc38459568eb57b2021-08-31T04:08:25ZengUniversidade de São Paulo (USP)Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP1518-95542317-27622021-08-012852A política e a poética do coletivo frente três de fevereiroPedro Caetano Eboli Nogueira0Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro O presente artigo analisa as ações anti-racismo “Monumento Horizontal” (2004), intervenção urbana realizada na cidade de São Paulo, e “Bandeiras” (2005), série de bandeiras abertas em diversas partidas de futebol. Ambas foram realizadas pelo coletivo Frente Três de Fevereiro, grupo paulistano de arte e ativismo surgido com o intuito de combater o racismo estrutural. Partindo de entrevistas realizadas com o grupo, procuramos compreender o “caráter poético” atribuído ao ativismo do coletivo, sublinhando de que modo ele emerge a contrapelo de concepções políticas baseadas na comunicação. Para tal, mobilizamos os subsídios teóricos de Jacques Rancière, amparados por autores como Jean-Luc Nancy, Silvio Almeida e Judith Butler. Assim, tomamos a “poética” como via de acesso para compreender, no âmbito das estratégias políticas do coletivo, o entrelaçamento entre a noção de dissenso e a ideia de acontecimento, tal como pensada por Jacques Rancière e Michel Foucault. Por fim, justapomos as expectativas de eficácia política, subjacentes às ações do coletivo, àquilo que Jacques Rancière chamou de “modelos de eficácia da arte” em seu regime estético. https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/176829poéticaacontecimentoarte e políticaracismocoletivos |
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O presente artigo analisa as ações anti-racismo “Monumento Horizontal” (2004), intervenção urbana realizada na cidade de São Paulo, e “Bandeiras” (2005), série de bandeiras abertas em diversas partidas de futebol. Ambas foram realizadas pelo coletivo Frente Três de Fevereiro, grupo paulistano de arte e ativismo surgido com o intuito de combater o racismo estrutural. Partindo de entrevistas realizadas com o grupo, procuramos compreender o “caráter poético” atribuído ao ativismo do coletivo, sublinhando de que modo ele emerge a contrapelo de concepções políticas baseadas na comunicação. Para tal, mobilizamos os subsídios teóricos
de Jacques Rancière, amparados por autores como Jean-Luc Nancy, Silvio Almeida e Judith Butler. Assim, tomamos a “poética” como via de acesso para compreender, no âmbito das estratégias políticas do coletivo, o entrelaçamento entre a noção de dissenso e a ideia de acontecimento, tal como pensada por Jacques Rancière e Michel Foucault. Por fim, justapomos as expectativas de eficácia política, subjacentes às ações do coletivo, àquilo que Jacques Rancière chamou de “modelos de eficácia da arte” em seu regime estético.
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