Mansonella ozzardi no Território Federal de Roraima, Brasil: distribuição e achado de um novo vetor na área do rio Surumu Mansonella ozzardi in the Federal Territory of Roraima, Brazil: distribution and finding of a new vector in the area of Surumu River
Um inquérito hemoscópico, conduzido entre indígenas Makuxi, pertencentes a 15 localidades da região nordeste do Território Federal de Roraima, revelou a presença de microfilárias de Mansonella ozzardi em 3,2% das 652 pessoas examinadas. O número de microfilárias nos positivos era pequeno, não ultrap...
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Instituto Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde
1985-12-01
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doaj-e4ee770f105b4940a6a6f08e637e49772020-11-25T00:18:20ZengInstituto Oswaldo Cruz, Ministério da SaúdeMemórias do Instituto Oswaldo Cruz.0074-02761678-80601985-12-0180439540010.1590/S0074-02761985000400003Mansonella ozzardi no Território Federal de Roraima, Brasil: distribuição e achado de um novo vetor na área do rio Surumu Mansonella ozzardi in the Federal Territory of Roraima, Brazil: distribution and finding of a new vector in the area of Surumu RiverMário A. P. MoraesAnthony J. ShelleyAntônio P. A. Luna DiasUm inquérito hemoscópico, conduzido entre indígenas Makuxi, pertencentes a 15 localidades da região nordeste do Território Federal de Roraima, revelou a presença de microfilárias de Mansonella ozzardi em 3,2% das 652 pessoas examinadas. O número de microfilárias nos positivos era pequeno, não ultrapassando a 18 nas amostras de sangue(20mm3) colhidas. A baixa densidade na microfilaremia e a inexistência da infecção em menores de 15 anos sugerem que a filariose está sendo adquirida pelos indígenas fora de suas aldeias, provavelmente nos garimpos de ouro situados na parte alta do rio Maú. Simulium oyapockense s.l. ou Simulium roraimense - espécie muito espalhada no norte do Território - foi reconhecido como vetor de M. ozzardi na área do rio Surumu. As fêmeas desse simulídeo, embora capazes de suportar o desenvolvimento da filária até L3, não se infectam com facilidade. Assim, numa tentativa de infecção experimental, apenas 20,6% das fêmeas alimentadas sobre um voluntário (com 12mf/20mm3 de sangue colhido da polpa digital) exibiram estádios larvares de M. ozzardi (1-2 larvas somente por exemplar infectado). A alta prevalência em índios Sanumá e Mayongong, que vivem no lado oposto do Território, aponta para a existência, na área do rio Auaris, onde se localizam esses indígenas, de um outro vetor, muito mais eficiente do que S. oyapockense s.l.<br>A survey conducted among the Makuxi Indians from 15 settlements in the northeastern part of the Territory of Roraima, Brazil, revealed the occurrence of Mansonella ozzardi in 3,2% (21/652) of the persons examined. The absence of demonstrable infection--with one exception--in persons under 15 years of age, and the low microfilaria density in adults suggest that mansonelliasis has been acquired by the Makuxi Indians outside their villages. As many Indians from the region pan gold on the Upper Maú (Ireng) river--where black flies occur in great quantity--the mining camps are probably the sites of transmission. Experimental infection with M. ozzardi of Simulium oyapockense s.l. (or Simulium roraimense) showed that this species, at the least in the Surumu river area, is capable of supporting the full development of the microfilariae. Although S. oyapockense has a wide distribution in the extreme north of Brazil, it does not appear to be an efficient vector, since only 20,6% (19/92) of the specimens collected after a blood meal on a naturally infected Indian contained larval stages of M. ozzardi (with an average of 1-2 larvae per fly). The high prevalence rate of infection found, in a previous survey, among the Sanumá and Mayongong, two Indian groups living at the Auaris river area, on the other side of the Territory of Roraima, indicates that a more competent intermediate host should exist in that region.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02761985000400003Mansonella ozardiSimuliumvetorrio SurumuRoraima |
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Um inquérito hemoscópico, conduzido entre indígenas Makuxi, pertencentes a 15 localidades da região nordeste do Território Federal de Roraima, revelou a presença de microfilárias de Mansonella ozzardi em 3,2% das 652 pessoas examinadas. O número de microfilárias nos positivos era pequeno, não ultrapassando a 18 nas amostras de sangue(20mm3) colhidas. A baixa densidade na microfilaremia e a inexistência da infecção em menores de 15 anos sugerem que a filariose está sendo adquirida pelos indígenas fora de suas aldeias, provavelmente nos garimpos de ouro situados na parte alta do rio Maú. Simulium oyapockense s.l. ou Simulium roraimense - espécie muito espalhada no norte do Território - foi reconhecido como vetor de M. ozzardi na área do rio Surumu. As fêmeas desse simulídeo, embora capazes de suportar o desenvolvimento da filária até L3, não se infectam com facilidade. Assim, numa tentativa de infecção experimental, apenas 20,6% das fêmeas alimentadas sobre um voluntário (com 12mf/20mm3 de sangue colhido da polpa digital) exibiram estádios larvares de M. ozzardi (1-2 larvas somente por exemplar infectado). A alta prevalência em índios Sanumá e Mayongong, que vivem no lado oposto do Território, aponta para a existência, na área do rio Auaris, onde se localizam esses indígenas, de um outro vetor, muito mais eficiente do que S. oyapockense s.l.<br>A survey conducted among the Makuxi Indians from 15 settlements in the northeastern part of the Territory of Roraima, Brazil, revealed the occurrence of Mansonella ozzardi in 3,2% (21/652) of the persons examined. The absence of demonstrable infection--with one exception--in persons under 15 years of age, and the low microfilaria density in adults suggest that mansonelliasis has been acquired by the Makuxi Indians outside their villages. As many Indians from the region pan gold on the Upper Maú (Ireng) river--where black flies occur in great quantity--the mining camps are probably the sites of transmission. Experimental infection with M. ozzardi of Simulium oyapockense s.l. (or Simulium roraimense) showed that this species, at the least in the Surumu river area, is capable of supporting the full development of the microfilariae. Although S. oyapockense has a wide distribution in the extreme north of Brazil, it does not appear to be an efficient vector, since only 20,6% (19/92) of the specimens collected after a blood meal on a naturally infected Indian contained larval stages of M. ozzardi (with an average of 1-2 larvae per fly). The high prevalence rate of infection found, in a previous survey, among the Sanumá and Mayongong, two Indian groups living at the Auaris river area, on the other side of the Territory of Roraima, indicates that a more competent intermediate host should exist in that region. |
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