Polos de Irrigação no Nordeste do Brasil
A agropecuária depende de dois fatores de produção e insubstituíveis, independentemente da tecnologia disponível, sem os quais não seria possível a realização da produção, são eles: água e terra. Na região Nordeste semiárida e no norte de Minas de Gerais, o elemento característico não é a falta de t...
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doaj-e7b9db0a6b3842e5b17ee2f6198590622021-10-05T13:12:36ZengConfinsConfins1958-92122015-03-012310.4000/confins.10031Polos de Irrigação no Nordeste do BrasilAntonio Marcio BuainainJunior Ruiz GarciaA agropecuária depende de dois fatores de produção e insubstituíveis, independentemente da tecnologia disponível, sem os quais não seria possível a realização da produção, são eles: água e terra. Na região Nordeste semiárida e no norte de Minas de Gerais, o elemento característico não é a falta de terra, mas sim a forte restrição hídrica. O Estado Brasileiro há décadas tem investido na instalação de polos de produção agropecuária baseados em sistemas complexos e custosos de irrigação na região do Semiárido nordestino. Entretanto, em função das restrições hídricas e de solo da região Nordeste do Brasil estima-se que menos de 2% da área total sejam passíveis da implantação de sistemas de irrigação. A maior área com sistemas de irrigação encontrada na região Nordeste e norte de Minas Gerais está localizada na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, já que apresenta a maior disponibilidade de recursos hídricos na região. Dessa maneira, a sustentabilidade e a expansão da produção agrícola em regiões semiáridas dependem da disponibilidade hídrica e do seu uso eficiente. Neste contexto, o objetivo do trabalho é analisar a evolução recente e as perspectivas dos polos de irrigação sob administração do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e da CODESVAF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) na região Nordeste e no norte de Minas Gerais. O estudo revelou que os polos de irrigação ocupam 190,8 mil hectares, porém apenas 161,3 mil estão em uso pela agropecuária, gerando ocupação para mais 300 mil pessoas. No entanto, a redução da disponibilidade hídrica acompanhada pela expansão das atividades antrópicas pode elevar o número de conflitos pelo uso da água na região. Desse modo, não se pode negar, em nenhum cenário, o aumento da pressão sobre a água que hoje irriga os Polos e a degradação das bacias hidrográficas, e seria no mínimo temerário apoiar políticas de expansão dos polos de irrigação nas bases atuais, ação que talvez apenas contribuísse para acirrar ainda mais estas pressões sobre os ecossistemas.http://journals.openedition.org/confins/10031polos de irrigaçãosegurança hídricaSemiárido NordestinoDNOCSCODEVASF. |
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A agropecuária depende de dois fatores de produção e insubstituíveis, independentemente da tecnologia disponível, sem os quais não seria possível a realização da produção, são eles: água e terra. Na região Nordeste semiárida e no norte de Minas de Gerais, o elemento característico não é a falta de terra, mas sim a forte restrição hídrica. O Estado Brasileiro há décadas tem investido na instalação de polos de produção agropecuária baseados em sistemas complexos e custosos de irrigação na região do Semiárido nordestino. Entretanto, em função das restrições hídricas e de solo da região Nordeste do Brasil estima-se que menos de 2% da área total sejam passíveis da implantação de sistemas de irrigação. A maior área com sistemas de irrigação encontrada na região Nordeste e norte de Minas Gerais está localizada na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, já que apresenta a maior disponibilidade de recursos hídricos na região. Dessa maneira, a sustentabilidade e a expansão da produção agrícola em regiões semiáridas dependem da disponibilidade hídrica e do seu uso eficiente. Neste contexto, o objetivo do trabalho é analisar a evolução recente e as perspectivas dos polos de irrigação sob administração do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e da CODESVAF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) na região Nordeste e no norte de Minas Gerais. O estudo revelou que os polos de irrigação ocupam 190,8 mil hectares, porém apenas 161,3 mil estão em uso pela agropecuária, gerando ocupação para mais 300 mil pessoas. No entanto, a redução da disponibilidade hídrica acompanhada pela expansão das atividades antrópicas pode elevar o número de conflitos pelo uso da água na região. Desse modo, não se pode negar, em nenhum cenário, o aumento da pressão sobre a água que hoje irriga os Polos e a degradação das bacias hidrográficas, e seria no mínimo temerário apoiar políticas de expansão dos polos de irrigação nas bases atuais, ação que talvez apenas contribuísse para acirrar ainda mais estas pressões sobre os ecossistemas. |
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