A produção do “patrimônio revitalizado” pelo Porto Maravilha: categorizações e gestões de uso em uma rua comercial

Neste artigo analiso a produção de políticas patrimoniais associadas a projetos de urbanização focalizando os atos estatais de reordenamento da região portuária do Rio de Janeiro. Inicialmente, apresento entrevistas com agentes governamentais, materiais informativos e de propaganda, estudos técnicos...

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Bibliographic Details
Main Author: Roberta Sampaio Guimarães
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Antropologia 2020-01-01
Series:Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia
Subjects:
Online Access:https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41947
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spelling doaj-e84cc7b775b6404484904b08cf1914c42021-01-19T13:36:41ZengUniversidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em AntropologiaAntropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia2179-73312020-01-0147https://doi.org/10.22409/antropolitica2019.0i47.a41947A produção do “patrimônio revitalizado” pelo Porto Maravilha: categorizações e gestões de uso em uma rua comercialRoberta Sampaio Guimarães0https://orcid.org/0000-0003-3393-4398Universidade do Estado do Rio de JaneiroNeste artigo analiso a produção de políticas patrimoniais associadas a projetos de urbanização focalizando os atos estatais de reordenamento da região portuária do Rio de Janeiro. Inicialmente, apresento entrevistas com agentes governamentais, materiais informativos e de propaganda, estudos técnicos e reportagens jornalísticas para abordar como as recentes transformações dessa região foram produzidas desde a década de1980 por meio de legislações e categorizações que autorizaram e legitimaram amplas intervenções públicas e privadas. Em seguida, utilizo principalmente registros fotográficos e conversas informais com comerciantes realizadas durante a operação urbana Porto Maravilha (2009-2016) para refletir sobre a execução de procedimentos rotineiros de gestão e fiscalização visando constranger usos e materialidades considerados inadequados. Para pensar os mecanismos de produção do Porto Maravilha e seus efeitos no cotidiano dos comerciantes, proponho a ideia de “patrimônio revitalizado”, que busca realçar a complementaridade entre as dinâmicas de patrimonialização e de reurbanização. Com isso, pretendo questionar as visões românticas que tendem a opor ontologicamente as políticas de revitalização urbana às políticas de preservação patrimonial, como se as primeiras fossem relacionadas aos interesses dos mercados imobiliário e financeiro e as segundas exclusivamente constituídas por iniciativas de valorização de identidades “autênticas e singulares”. Em contraposição a essa suposta dicotomia, sugiro que no contexto contemporâneo de implementação de políticas urbanas neoliberais, as propostas de “patrimônio revitalizado” têm como resultado a mercantilização da cidade por meio do aumento do controle sobre os espaços e as práticas de seus habitantes.https://periodicos.uff.br/antropolitica/article/view/41947políticas patrimoniaisprojetos urbanísticosatos do estadoporto maravilhario de janeiro
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