A prova de exercício cárdio-pulmonar e o prognóstico cirúrgico do cancro do pulmão

Resumo: Os autores procuram dar mais um contributo para a avaliação pré-operatória dos doentes com carcinoma de não pequenas células que vão ser sujeitos a cirurgia de ressecção pulmonar.Trata-se de um estudo prospectivo onde foi avaliado o resultado da cirurgia em termos de complicações...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: T. Win, A. Jackson, J. Sharples, A.M. Groves, F.C. Wells, A.J. Ritchie, C.M. Laroche
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2005-07-01
Series:Revista Portuguesa de Pneumologia
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0873215915305092
Description
Summary:Resumo: Os autores procuram dar mais um contributo para a avaliação pré-operatória dos doentes com carcinoma de não pequenas células que vão ser sujeitos a cirurgia de ressecção pulmonar.Trata-se de um estudo prospectivo onde foi avaliado o resultado da cirurgia em termos de complicações ocorridas nos 30 dias a seguir à operação. Os autores definiram cada uma das complicações (óbito, enfarte do miocárdio, insuficiências respiratória, cardíaca e renal, embolia pulmonar, pneumonia e septicemia) e ainda analisaram 3 dessas complicações em separado (óbito, enfarte do miocárdio e insuficiência respiratória), as quais designaram por âfraco resultadoâ.Antes da cirurgia, foram avaliados 99 doentes (34 pneumectomias, 56 lobectomias, 6 bilobectomias e 3 ressecções atípicas) com espirometria (FEV1 em litros) e consumo de oxigénio no exercício máximo (VO2peak). Só 26 doentes tinham valores funcionais considerados borderline (FEV1 < 1,5 litros para lobectomia e < 2,0 litros para pneumectomia). Nos resultados apresentados observámos os seguintes valores médios: FEV1=2,06 litros; FEV1=80,4% do valor teórico; VO2peak=18,8 ml/kg/min ou 88,3% do valor teórico. Só existiram 4 óbitos (4%) e 21 doentes tiveram uma ou mais das complicações referenciadas.Os autores não encontraram relação significativa entre as complicações pós-operatórias e o FEV1 em litros. Verificaram ainda que o VO2peak em percentagem do valor teórico previa melhor um âfraco resultadoâ do que o mesmo parâmetro em valor absoluto.Em relação aos óbitos, um dos doentes tinha sido submetido a quimioterapia, o que dificultou a avaliação do desfecho. Nos restantes 3 óbitos, todos os doentes tinham um VO2peak < 62% do valor teórico. Dois dos 3 doentes com VO2peak < 50% tiveram um âfraco resultadoâ. Com VO2peak > 75% só 3 em 20 doentes é que tiveram um âfraco resultadoâ.Apesar de reconhecerem a necessidade de mais e maiores estudos, os autores concluem que VO2peak é importante para prever complicações como óbito, enfarte do miocárdio ou insuficiência respiratória, principalmente se é referido em percentagem do valor teórico. O limite âseguroâ situar-se-ia entre 50 e 60% do valor previsto.
ISSN:0873-2159