Febre em Pequenos Lactentes - A Realidade de um Serviço
Introdução/Objectivos: a febre é ainda hoje um assunto polémico, principalmente quando está em causa uma criança de idade igual ou inferior a três meses. Com o Intuito de conhecer a sua rcaíídadc, os autores fizeram uma análise retrospectiva das crianças nesta faixa etária, internadas com febre na...
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Sociedade Portuguesa de Pediatria
2014-08-01
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Series: | Portuguese Journal of Pediatrics |
Online Access: | https://pjp.spp.pt//article/view/4876 |
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doaj-ed3238c9f1e341258432ac3b6c644f432020-11-25T03:35:28ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-08-0136410.25754/pjp.2005.4876Febre em Pequenos Lactentes - A Realidade de um ServiçoElisabete SantosVítor BastosJoão Fonseca Introdução/Objectivos: a febre é ainda hoje um assunto polémico, principalmente quando está em causa uma criança de idade igual ou inferior a três meses. Com o Intuito de conhecer a sua rcaíídadc, os autores fizeram uma análise retrospectiva das crianças nesta faixa etária, internadas com febre na Unidade de Internamento de Curta Duração, do Hospital de São Teotónio de Viseu, num período de três anos. Metodologia: foram analisados os processos das crianças internadas nos anos de 1999, 2000 e 2001, dividindo-as naquelas com menos de quatro semanas de vida e naquelas com um mes ou mais de idade. Cada um destes grupos foi subdividido de acordo com o diagnóstico de saída entre situações aparentemente bacterianas (BAC) e situações aparentemente não bacterianas (não BAC). Resultados: foram analisados 195 casos, 32 de crianças com menos de quatro semanas e 163 com um mes ou mais de idade. Mais de metade das crianças recorreram á urgência sem rcfercnclaçao por outros serviços de saúde» tendo como principal motivo a constataçao de febre no domicilio? geralmente nas primeiras 24 horas. Não foi encontrada uma associação significativa entre uma maior elevação da temperatura e uma maior percentagem de situações bacterianas. Em 96,7% dos lactentes com menos de um mês foi efectuado hemograma e PCR, comparativamente com 85,5% no segundo grupo. Em 86,7% do primeiro e 64,2% do segundo grupo foi efectuada urocultura. A punção lombar foi efectuada em sete casos. Das crianças com leucócitos < 15.0x10 7L, S8% daquelas abaixo de quatro semanas e 78% das outras apresentavam situações não BAC. Verificou-se uma associação entre a elevação da PCR e as situações BAC, apesar de só ser estatisticamente significativa nas crianças com um mês ou mais de idade. Discussão/Conclusões: exceptuando as culturas dós produtos biológicos, nenhum dos exames efectuados permitiu isoladamente fazer a distinção entre situações BAC e não BAC. Por outro lado, nem todas as crianças sem foco para a febre após a avaliação inicial efectuaram a avaliação analítica protocolada pela literatura íntemacionaL Apesar destes dois factos, apenas se registou uma alteração significativa do diagnóstico em duas crianças, o que pode levar a concluir que insubstituível será sempre a avaliação clínica cuidadosa e a reavaliação da criança febril, o que é concerteza possível quando a criança é mantida em internamento de curta duração, tal como é prática do serviço. Palavras-Chave: Febre; pequenos lactentes; idade inferior ou igual a três meses. https://pjp.spp.pt//article/view/4876 |
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Introdução/Objectivos: a febre é ainda hoje um assunto polémico, principalmente quando está em causa uma criança de idade igual ou inferior a três meses. Com o Intuito de conhecer a sua rcaíídadc, os autores fizeram uma análise retrospectiva das crianças nesta faixa etária, internadas com febre na Unidade de Internamento de Curta Duração, do Hospital de São Teotónio de Viseu, num período de três anos.
Metodologia: foram analisados os processos das crianças internadas nos anos de 1999, 2000 e 2001, dividindo-as naquelas com menos de quatro semanas de vida e naquelas com um mes ou mais de idade. Cada um destes grupos foi subdividido de acordo com o diagnóstico de saída entre situações aparentemente bacterianas (BAC) e situações aparentemente não bacterianas (não BAC).
Resultados: foram analisados 195 casos, 32 de crianças com menos de quatro semanas e 163 com um mes ou mais de idade. Mais de metade das crianças recorreram á urgência sem rcfercnclaçao por outros serviços de saúde» tendo como principal motivo a constataçao de febre no domicilio? geralmente nas primeiras 24 horas. Não foi encontrada uma associação significativa entre uma maior elevação da temperatura e uma maior percentagem de situações bacterianas.
Em 96,7% dos lactentes com menos de um mês foi efectuado hemograma e PCR, comparativamente com 85,5% no segundo grupo. Em 86,7% do primeiro e 64,2% do segundo grupo foi efectuada urocultura. A punção lombar foi efectuada em sete casos. Das crianças com leucócitos < 15.0x10 7L, S8% daquelas abaixo de quatro semanas e 78% das outras apresentavam situações não BAC. Verificou-se uma associação entre a elevação da PCR e as situações BAC, apesar de só ser estatisticamente significativa nas crianças com um mês ou mais de idade.
Discussão/Conclusões: exceptuando as culturas dós produtos biológicos, nenhum dos exames efectuados permitiu isoladamente fazer a distinção entre situações BAC e não BAC. Por outro lado, nem todas as crianças sem foco para a febre após a avaliação inicial efectuaram a avaliação analítica protocolada pela literatura íntemacionaL Apesar destes dois factos, apenas se registou uma alteração significativa do diagnóstico em duas crianças, o que pode levar a concluir que insubstituível será sempre a avaliação clínica cuidadosa e a reavaliação da criança febril, o que é concerteza possível quando a criança é mantida em internamento de curta duração, tal como é prática do serviço.
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