Vitiligo Instabilizado em Contexto de Hipermelanose Difusa: Uma Apresentação Inusitada de uma Síndrome de Schmidt
O vitiligo, uma leucodermia adquirida particularmente prevalente, caracteriza-se pelo impacto psicossocial, cronicidade e resistência aos tratamentos. Na sua génese intervêm de forma intrincada mecanismos genéticos, ambientais, stress oxidativo e autoimunidade. As comorbilidades imunologicamente me...
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Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
2017-04-01
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doaj-ee06a42048eb4686bd861adc1c7eb07f2020-11-25T03:04:10ZengSociedade Portuguesa de Dermatologia e VenereologiaRevista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia2182-23952182-24092017-04-0175110.29021/spdv.75.1.720Vitiligo Instabilizado em Contexto de Hipermelanose Difusa: Uma Apresentação Inusitada de uma Síndrome de SchmidtRui Tavares Bello0Carlos Tavares Bello1João Sequeira Duarte2Carlos Vasconcelos3Unidade de Dermatologia/Dermatology Department, Hospital dos Lusíadas, Lisboa, PortugalServiço de Endocrinologia/Endocrinology Department, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, PortugalServiço de Endocrinologia/Endocrinology Department, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, PortugalServiço de Endocrinologia/Endocrinology Department, Hospital Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa, Portugal O vitiligo, uma leucodermia adquirida particularmente prevalente, caracteriza-se pelo impacto psicossocial, cronicidade e resistência aos tratamentos. Na sua génese intervêm de forma intrincada mecanismos genéticos, ambientais, stress oxidativo e autoimunidade. As comorbilidades imunologicamente mediadas ocorrem com frequência variável mas significativa e devem justificar uma atenção redobrada por parte dos Dermatologistas. A síndrome de Schmidt – síndrome poliglandular autoimune do tipo II é definida pela ocorrência de doença de Addison e patologia autoimune da tiroideia e/ou diabetes mellitus tipo 1. Relatamos caso de uma doente com 64 anos de idade, com antecedentes de doenças imunologicamente mediadas, incluindo história de tiroidite autoimune e de vitiligo acrofacial estável o qual, nos últimos 3 meses, sofrera uma modificação impressiva nas suas extensão e morfologia, no contexto de uma melanodermia difusa recém-instalada. A avaliação laboratorial efectuada documentou hipocortisolismo, ulteriormente confirmado por provas funcionais, bem como marcadores imunológicos e imagiologia compatíveis: doença de Addison autoimune enquadrável numa síndrome de Schmidt. A correcção da insuficiência endócrina permitiu equilibrar a doente nos planos hidroelectrolítico e metabólico, tendo sido observados uma reversão da hipermelanose e estabilização do vitiligo. Salientamse a progressão importante de um vitiligo até então estável; as novas particularidades morfológicas da dermatose – lesões em confetti, vitiligo tricrómico e fenómeno de Koebner – e a hipermelanose difusa numa doente com história de múltiplas manifestações de autoimunidade. Conclui-se pela necessidade de reconhecer e, logo, suspeitar de comorbilidades imunologicamente mediadas do vitiligo, em particular quando na presença de atipias semiológicas ou evolutivas e no contexto de história clínica sugestiva. https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/720MelanosePoliendocrinopatias AutoimunesVitiligo |
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O vitiligo, uma leucodermia adquirida particularmente prevalente, caracteriza-se pelo impacto psicossocial, cronicidade e resistência aos tratamentos. Na sua génese intervêm de forma intrincada mecanismos genéticos, ambientais, stress oxidativo e autoimunidade. As comorbilidades imunologicamente mediadas ocorrem com frequência variável mas significativa e devem justificar uma atenção redobrada por parte dos Dermatologistas. A síndrome de Schmidt – síndrome poliglandular autoimune do tipo II é definida pela ocorrência de doença de Addison e patologia autoimune da tiroideia e/ou diabetes mellitus tipo 1. Relatamos caso de uma doente com 64 anos de idade, com antecedentes de doenças imunologicamente mediadas, incluindo história de tiroidite autoimune e de vitiligo acrofacial estável o qual, nos últimos 3 meses, sofrera uma modificação impressiva nas suas extensão e morfologia, no contexto de uma melanodermia difusa recém-instalada. A avaliação laboratorial efectuada documentou hipocortisolismo, ulteriormente confirmado por provas funcionais, bem como marcadores imunológicos e imagiologia compatíveis: doença de Addison autoimune enquadrável numa síndrome de Schmidt. A correcção da insuficiência endócrina permitiu equilibrar a doente nos planos hidroelectrolítico e metabólico, tendo sido observados uma reversão da hipermelanose e estabilização do vitiligo. Salientamse a progressão importante de um vitiligo até então estável; as novas particularidades morfológicas da dermatose – lesões em confetti, vitiligo tricrómico e fenómeno de Koebner – e a hipermelanose difusa numa doente com história de múltiplas manifestações de autoimunidade. Conclui-se pela necessidade de reconhecer e, logo, suspeitar de comorbilidades imunologicamente mediadas do vitiligo, em particular quando na presença de atipias semiológicas ou evolutivas e no contexto de história clínica sugestiva.
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