Pela inclusão do vídeo na psicanálise

Fundamentamos a função especular do vídeo na clínica psicanalítica infantil, especialmente no autismo, retomando os conceitos de alienação e ilusão. Em Lacan, o especular compreende uma imagem antecipada, oferecida pelo Outro, na qual o bebê se reconhece. Entretanto, essa cena alienante sugere um i...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Danilo Sergio Ide
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2021-08-01
Series:Estilos da Clínica
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/178315
Description
Summary:Fundamentamos a função especular do vídeo na clínica psicanalítica infantil, especialmente no autismo, retomando os conceitos de alienação e ilusão. Em Lacan, o especular compreende uma imagem antecipada, oferecida pelo Outro, na qual o bebê se reconhece. Entretanto, essa cena alienante sugere um impasse, representado fabularmente pela rainha e branca de neve: que espelho oferece uma mãe considerando senão a própria beleza, incapaz de reconhecer a beleza própria da filha? Em Winnicott, uma ilusão ocorre no espelho: quando vê seu bebê, a mãe supõe existir de fato algo ali próprio a ele (não a ela). Tal ilusão ocorreria no vídeo: as filmagens dos atendimentos parecem capturar fatos que supomos concernirem à realidade da criança; após revisão do material, tomados pela ilusão, reconhecemo-lhe pequenas produções, mesmo a olho nu.
ISSN:1415-7128
1981-1624