| Summary: | <p>Nelson Rodrigues logrou fazer de si mesmo um personagem pela polêmica que sua obra causava e em decorrência das frases de efeito e da sua relação com a imprensa escrita e oral. Embora haja biografias sobre o escritor, ele não foi objeto da expansão biográfica que vemos na literatura, teatro, cinema e televisão, se comparado a autores como Euclides da Cunha e Vinícius de Moraes. No entanto, ele é objeto de biografia jornalística de Ruy Castro, da biografia ficcionalizada de Adriana Armony, e dos trabalhos críticos de Victor Hugo Adler Pereira e de Carlos Vogt e Berta Waldman, além de duas outras biografias escritas por familiares seus. O objetivo deste artigo é, portanto, investigar as diferentes formas pelas quais a irmã de Nelson, Stella Rodrigues, em <em>Nelson Rodrigues, meu irmão, </em>e sua filha, Sonia Rodrigues, em <em>Amor em segredo: as histórias infiéis que aprendi com meu pai, Nelson Rodrigues,</em>procuram esboçar e refletir sobre o escritor e o que ele representou não necessariamente para a cultura brasileira, mas nas vidas delas. Nesse sentido, trata-se, portanto, de biografias com elementos autobiográficos, analisadas, aqui, à luz de teóricos da escrita biográfica como Philippe Lejeune e Pierre Bourdieu.</p>
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