As mortes "em domicílio" de menores de um ano na região metropolitana do Rio de Janeiro em 1986: um "evento-sentinela" na avaliação dos serviços de saúde

Foi investigada uma amostra de óbitos de menores de um ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro por um período de 12 meses e complementadas as informações disponíveis na Declaração de Óbito através de dados obtidos a partir de consultas a prontuários e entrevistas com a mãe das crianças. Verifi...

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Bibliographic Details
Main Authors: Milena Piraccini Duchiade, Márcia Lázaro de Carvalho, Maria do Carmo Leal
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 1989-09-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1989000300002
Description
Summary:Foi investigada uma amostra de óbitos de menores de um ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro por um período de 12 meses e complementadas as informações disponíveis na Declaração de Óbito através de dados obtidos a partir de consultas a prontuários e entrevistas com a mãe das crianças. Verificou-se que o percentual de óbitos infantis que ocorre fora do ambiente hospitalar é de 13% (4% para o período neonatal e 23% para o pós-neonatal), subestimado portanto, pelas estatísticas oficiais. Procedeu-se à análise desse grupo particular de óbitos em relação aos principais grupos de causas, áreas de residência, realização de necrópsia e procura de serviços de saúde. A pneumonia destacou-se como primeira causa de morte no grupo pós-neonatal, com 40% dos óbitos fora do hospital. As áreas de residência que apresentam maior proporção de óbitos desse tipo são a área 1 (Zona Sul RJ) para os neonatais e a área 7 (Niterói e São Gonçalo) para os pós-neonatais. O percentual de realização de necrópsia nestes óbitos foi baixo (43% para os neonatais e 65% para os pós-neonatais). Em 38% dos óbitos neonatais e em 63% dos pós-neonatais as mães haviam procurado os serviços de saúde na semana que antecedeu o óbito e nem assim estas crianças tiveram suas mortes assistidas, ou mesmo evitadas.<br>A sample of deaths among children under one year of age in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro was studied for a twelve-month period and the information provided by the death certificates was complemented with data obtained from hospital handbooks and interviews with the children's mothers. It was observed that the percentage of infant deaths occuring outside the hospital environment is 13% (4% for the neonatal period and 23% for the post-neonatal one), and hence underestimated by the official statistics. This particular group of deaths was analysed in relation to the main groups of causes, areas of residence, necropsy and search for health services. Pneumonia was the major death cause in the post-neonatal group, with 40% of the deaths occuring outside the hospital. The areas of residence which preserved a high proportion of such deaths are area 1 (Southern Zone) for the neonatal group and area 7 (Niterói and São Gonçalo) for the post-neonatal one. Necropsy in these deaths presented a low percentage (43% for neonatal deaths and 65% for post-neonatal). In 38% of the neonatal deaths and in 63% of the post-neonatal ones the mothers looked for health services in the week preceding the death, but even so these children failed to have their deaths assisted or even prevented.
ISSN:0102-311X
1678-4464