INDICADORES PEDOLÓGICOS APLICADOS AO ESTUDO DAS TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO EM TERRA CRUA NO PERÍODO COLONIAL: ESTUDO DE CASO NA CAPELA SÃO JOSÉ, OURO PRETO, MG

• Main Authors: Juliana Renata Pereira, Fábio Soares de Oliveira, Thiago Torres Costa Pereira, Adriana Monteiro da Costa
• Format: Article
• Language: English
• Published: Laboratório de Métricas da Paisagem, Dep. de Geografia - UFRR 2015-07-01
• Series: Revista Geográfica Acadêmica
• Online Access: http://rga.ggf.br/index.php?journal=rga&page=article&op=view&path%5B%5D=259&path%5B%5D=161
• ISSN: 1678-7226; 1678-7226

As construções utilizando-se a terra crua são empregados desde os tempos mais remotos. Dentre eles, destaca-se o pau-a-pique, bastante utilizado em edificações do período colonial em Minas Gerais. Com base nisso, este estudo objetivou, através de indicadores pedológicos, propor uma análise entre técnicas atuais e passadas, verificando se os construtores selecionavam, prepararam e utilizavam o solo para construção do pau-a-pique de maneira semelhante ao que é recomendado na atualidade. Para tal foram realizadas análises texturais, mineralógicas e micromorfológicas de uma parede datada de 1726 da Capela de São José, município de Ouro Preto, MG. Os resultados evidenciaram um material heterogêneo, formado pela mistura de saprolito de filito revolvido e com acréscimo de componentes orgânicos. Essa mistura proporcionou uma “liga” adequada, semelhante ao recomendado na atualidade. Além disso, a identificação de uma microestrutura maciça, um sistema poroso incipiente e uma matriz argilosa com orientação granoestriada, evidenciou que o material passou por destorroamento, provável pisoteio e compactação por força manual. Sugere-se, a partir disso, que no período colonial as técnicas construtivas eram muito semelhantes ao que é praticado hoje. Como se trata de uma cultura preservada pela oralidade, avalia-se o pau-a-pique como uma rica e sustentável herança construtiva.