Summary: | O tema da criança e, para nós, dos adolescentes é cada vez mais um assunto de discussão em que são abordadas várias análises e/ou problemáticas. Considerando uma das questões primordiais da existência da adolescência, que é a do adolescente como ser imaginal, a questão que se coloca prende-se com a seleção e posterior anexação das leituras bestselerianas por leitores tão jovens. Como justificar esse apego a livros de tão numerosas páginas? A resposta não é de todo difícil se compreendermos como protagonistas, no relacionamento livro/leitor, factores que apontam para a importância polifónica da obra; a problemática da "intentio lectoris" (Eco, 1990) e, finalmente, mas não por esta ordem de ideias, a noção de vacuidade à qual a criação de qualquer obra literária deve obedecer. Considerando os itens em destaque, pretende-se tão-só, a partir da saga Harry Potter, compreender a importância de determinadas imagens e aceder às suas significações mítico-simbólicas. Construindo-se num todo a história do Eu-leitor imaginal, portador de qualidades e reminiscências arquetipais, serão expostas ideias conducentes à corporização do herói nas relações de identidade/alteridade.
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