Summary: | Este artigo é uma análise de “Chet Baker piensa en su arte: ficción crítica”, de Enrique Vila-Matas, texto que, como frequentemente acontece na obra do autor espanhol, apresenta-se como um híbrido entre ensaio e novela. Contudo, ainda pouco visitado pelos estudos literários, esse texto tem um status especial na obra de Vila-Matas, configurando-se como uma poética em forma de ficção: o autor põe em cena um crítico que está tentando criar um novo gênero literário, uma mistura entre o que ele chama de escrita “ilegível” e “legível”. Faço uma aproximação entre esses conceitos e três binômios propostos por Roland Barthes em diferentes momentos de sua obra, em Le degré zero de l’écriture, em S/Z, e, sobretudo, em La préparation du roman. Segundo a leitura que proponho de “Chet Baker...”, em uma operação de mise-en-abyme, Vila-Matas se autofigura como o autor que realiza a obra malograda por seu narrador na novela.
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