Comportamento reprodutivo: uma análise a partir do grupo ocupacional das mulheres

=== The comprehension of mechanisms that caused the substantial decline of total fertility rates (TFR) became a challenge for population studies. Ahead of this new reality, the study of fertility has demanded from social sciences in general, and from demography in particular, a series of explanatio...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Claudio Santiago Dias Junior
Other Authors: Simone Wajnman
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2007
Online Access:http://hdl.handle.net/1843/AMSA-725NU9
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description === The comprehension of mechanisms that caused the substantial decline of total fertility rates (TFR) became a challenge for population studies. Ahead of this new reality, the study of fertility has demanded from social sciences in general, and from demography in particular, a series of explanations on the causes and consequences of this phenomenon. These explanations require data that allow investigating the reproductive behavior through life-time information and new approaches that associate the reproductive behavior with aspects seldom explored by the population analyses, such as the occupation of the woman. Ahead of such demands, our objective was to analyze how reproductive behavior (taking into consideration the childbearing age, the number of children, the birth spacing, and the hazard of having x+1 child) can be associated with the occupation of the woman. Our hypotheses assume that specific types of occupation can generate different strategies regarding fertility behavior, which would result in differentials in the distinct fertility measures. We used data from the 2000 Brazilian census (IBGE). We employed data from women between the ages of 30 and 45 years, whose birth history were reconstructed (about 70% of women in our sample). In the statistical analysis, we used the proportional hazards model (Cox regression models). When applying this model, we introduced a length perspective on fertility data, producing information on the risk of occurrence from a birth of order x+1. The main results showed that the type of occupation can affect the female reproductive behavior. The descriptive analysis allowed us to infer that the more qualified the occupation, the lower the parity and the TFR. On the other hand, the greater will be the delay of maternity. The statistical analysis showed the risk of parity progression is related to the occupation of the woman. This evidence is clear in models where only the occupation variable is present. As it was expected, when controlling our model for other covariates, we observed a reduction of the variability in the risks of having a child of order x+1, among occupational groups. It is important to highlight that the education variable explains a substantial part of this reduction. Nevertheless, occupation still affects the risk of parity progression, since the more qualified the occupation, the lower the risk of having a child of order x+1. In both analyses we identified that in high-skilled occupations women control fertility more intensely. Such results suggest that among these groups there are a higher incompatibility between the professional and family lives, and higher opportunity costs of childbearing. === Com o declínio acentuado das taxas de fecundidade total (TFT), a compreensão dos mecanismos que desencadeiam esse processo tornou-se um desafio para os estudos populacionais. Diante dessa nova realidade, o estudo da fecundidade tem exigido das ciências sociais em geral, e da demografia em particular, uma série de explicações sobre as causas e conseqüências desse fenômeno. Essas explicações requerem dados que permitam a análise do regime reprodutivo à luz de informações sobre o ciclo-de-vida das mulheres e novas abordagens que congreguem o regime reprodutivo das mulheres com aspectos pouco explorados pelas análises populacionais, como é o caso da ocupação da mulher. Diante de tais demandas, nosso objetivo foi analisar como o comportamento reprodutivo (a idade ao ter os filhos, o número de filhos, o intervalo intergenésico e o risco de se ter um filho de ordem x+1) pode estar associada com a sua ocupação. A nossa hipótese partiu do pressuposto de que determinados tipos de ocupação podem fazer com que as mulheres tenham diferentes estratégias em relação à fecundidade, que resultariam em diferenciais nas distintas medidas de fecundidade. A base de dados utilizada em nosso estudo foi o censo populacional de 2000 do IBGE. Trabalhamos com o grupo de mulheres de 30 a 45 anos de idade, cuja história de nascimentos foi totalmente reconstruída (cerca de 70% do total de mulheres entre 30 e 45 anos). Na análise estatística, utilizamos o modelo de riscos proporcionais de Cox. Ao aplicarmos esse modelo, introduzimos uma perspectiva de duração nos dados sobre fecundidade, produzindo informações sobre o risco de ocorrência de um nascimento de ordem x+1. Os principais resultados encontrados evidenciam que o tipo de ocupação pode influenciar o comportamento reprodutivo das mulheres. A análise descritiva nos permite inferir que quanto mais qualificada a ocupação, menor será a parturição e a TFT; além disso, maior será a postergação da maternidade. A análise estatística nos mostra que o risco de progressão da parturição tem relação com a ocupação da mulher. Essa constatação é bem clara nos modelos em que apenas a variável ocupação está presente. Como era de se esperar, ao controlarmos o nosso modelo pelas outras covariáveis, observamos a redução da variabilidade dos riscos de se ter um filho de ordem x+1, entre os grupos ocupacionais. Destacamos que a covariável escolaridade explica quase que totalmente essa redução. Apesar disso, o grupo ocupacional ainda demonstrou influência no risco de progressão da parturição, sendo que quanto mais qualificada a ocupação, menor o risco de se ter um filho de ordem subsequente. Em ambas as análises identificamos que nas ocupações mais qualificadas as mulheres controlam mais a fecundidade. Tais resultados sugerem que entre esses grupos haja maior incompatibilidade entre a vida profissional e familiar, e maior custo de oportunidade de se ter um filho.
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These explanations require data that allow investigating the reproductive behavior through life-time information and new approaches that associate the reproductive behavior with aspects seldom explored by the population analyses, such as the occupation of the woman. Ahead of such demands, our objective was to analyze how reproductive behavior (taking into consideration the childbearing age, the number of children, the birth spacing, and the hazard of having x+1 child) can be associated with the occupation of the woman. Our hypotheses assume that specific types of occupation can generate different strategies regarding fertility behavior, which would result in differentials in the distinct fertility measures. We used data from the 2000 Brazilian census (IBGE). We employed data from women between the ages of 30 and 45 years, whose birth history were reconstructed (about 70% of women in our sample). In the statistical analysis, we used the proportional hazards model (Cox regression models). When applying this model, we introduced a length perspective on fertility data, producing information on the risk of occurrence from a birth of order x+1. The main results showed that the type of occupation can affect the female reproductive behavior. The descriptive analysis allowed us to infer that the more qualified the occupation, the lower the parity and the TFR. On the other hand, the greater will be the delay of maternity. The statistical analysis showed the risk of parity progression is related to the occupation of the woman. This evidence is clear in models where only the occupation variable is present. As it was expected, when controlling our model for other covariates, we observed a reduction of the variability in the risks of having a child of order x+1, among occupational groups. It is important to highlight that the education variable explains a substantial part of this reduction. Nevertheless, occupation still affects the risk of parity progression, since the more qualified the occupation, the lower the risk of having a child of order x+1. In both analyses we identified that in high-skilled occupations women control fertility more intensely. Such results suggest that among these groups there are a higher incompatibility between the professional and family lives, and higher opportunity costs of childbearing. Com o declínio acentuado das taxas de fecundidade total (TFT), a compreensão dos mecanismos que desencadeiam esse processo tornou-se um desafio para os estudos populacionais. Diante dessa nova realidade, o estudo da fecundidade tem exigido das ciências sociais em geral, e da demografia em particular, uma série de explicações sobre as causas e conseqüências desse fenômeno. Essas explicações requerem dados que permitam a análise do regime reprodutivo à luz de informações sobre o ciclo-de-vida das mulheres e novas abordagens que congreguem o regime reprodutivo das mulheres com aspectos pouco explorados pelas análises populacionais, como é o caso da ocupação da mulher. Diante de tais demandas, nosso objetivo foi analisar como o comportamento reprodutivo (a idade ao ter os filhos, o número de filhos, o intervalo intergenésico e o risco de se ter um filho de ordem x+1) pode estar associada com a sua ocupação. A nossa hipótese partiu do pressuposto de que determinados tipos de ocupação podem fazer com que as mulheres tenham diferentes estratégias em relação à fecundidade, que resultariam em diferenciais nas distintas medidas de fecundidade. A base de dados utilizada em nosso estudo foi o censo populacional de 2000 do IBGE. Trabalhamos com o grupo de mulheres de 30 a 45 anos de idade, cuja história de nascimentos foi totalmente reconstruída (cerca de 70% do total de mulheres entre 30 e 45 anos). Na análise estatística, utilizamos o modelo de riscos proporcionais de Cox. Ao aplicarmos esse modelo, introduzimos uma perspectiva de duração nos dados sobre fecundidade, produzindo informações sobre o risco de ocorrência de um nascimento de ordem x+1. Os principais resultados encontrados evidenciam que o tipo de ocupação pode influenciar o comportamento reprodutivo das mulheres. A análise descritiva nos permite inferir que quanto mais qualificada a ocupação, menor será a parturição e a TFT; além disso, maior será a postergação da maternidade. A análise estatística nos mostra que o risco de progressão da parturição tem relação com a ocupação da mulher. Essa constatação é bem clara nos modelos em que apenas a variável ocupação está presente. Como era de se esperar, ao controlarmos o nosso modelo pelas outras covariáveis, observamos a redução da variabilidade dos riscos de se ter um filho de ordem x+1, entre os grupos ocupacionais. Destacamos que a covariável escolaridade explica quase que totalmente essa redução. Apesar disso, o grupo ocupacional ainda demonstrou influência no risco de progressão da parturição, sendo que quanto mais qualificada a ocupação, menor o risco de se ter um filho de ordem subsequente. Em ambas as análises identificamos que nas ocupações mais qualificadas as mulheres controlam mais a fecundidade. 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