Singularidades do trabalho gerencial da enfermeira no contexto do serviço de atendimento móvel de urgência de Minas Gerais

• Main Author: Elisangela Guimaraes Soares
• Other Authors: Maria Jose Menezes Brito
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2009
• Online Access: http://hdl.handle.net/1843/GCPA-7U7GBG

=== SAMU 192 is a strategy of calling attention to the population health intending to decrease the impacts of morbid mortality and the worsening to the health, attending to urgent and emergency situations, clinic or traumatic. The first units were set in 2004, initially covering 27 cities. It is a new setting of production of health in which the building of the services and functions has happened in an empiric way. SAMU 192 has three coordinating groups to guarantee the process of being executed: a general section, the doctors section and the nursing section, being the two last ones submitted to the first one, in an hierarchy way. The nursing department corresponds to the larger contingent and its way of working is out of sight of the nursing management, unlike the reality presented in the hospital context. A straight participation of the nurse whos in charge of managing the group must be clear and effective, since the team works most of the time out of the manager view, becoming necessary to know carefully his/her way of developing the management job. Since then, this study was developed with the objective to know singularities of the management job of the nurse who coordinates the nursing team at SAMU, because this is a new area in health field, being built at present times. It was developed a study with a new qualitative approach, as a case study. The places being studied were three units of SAMU-192 in Minas Gerais State: the cities of Governador Valadares, Ipatinga and Itabira. Places where the nurse is the chief of the nursing team. The studies were done with nine people. The results were analyzed in their contents and discussed with the researched literature. It was noticed characteristics that referred to the process of working of the manager nurse, his/her autonomy, tasks and personal relationships. Through the results, it was possible to observe that it was an organized group mainly because of the construction and keeping of the affection, psychological and ideological ties. The great reason to accept a managing office is the possibility of overcoming a challenging job. And keeping it depends on recognizing the manager nurse role, inter and extra institutions. Nevertheless, it was reported several facilities and difficulties practicing this office. Confidence, good relation and the respect between manager and team are positive aspects as well as the managing of lack of resources, conflicts and bad professional training to the emergency cases are negative ones. The negative aspects are increased by the politic obstacles inherent in the public services. At last, it is observed that the manger nurse has improved a lot trying to build his/her identity, being between the phases of identity and elaboration. The elaboration phase seems to be closest to reality due to the modifications in the current outdate scenery and to the embryo phase that it SAMU is inserted. === O SAMU 192 é uma estratégia de atenção à saúde das populações com enfoque voltado para a redução dos impactos de morbimortalidade e agravos à saúde, atendendo a situações de urgência e emergência, clínicas ou traumáticas. As primeiras unidades foram implantadas no Brasil no ano de 2004, com cobertura inicial de 27 municípios. Trata-se de um cenário novo de produção de saúde, para o qual a estruturação dos serviços e funções tem-se dado de modo empírico. O SAMU-192 conta com três esferas de coordenação para garantir seu processo de exeqüibilidade sendo uma geral, uma médica e outra de enfermagem, de modo que as duas últimas estão hierarquicamente submetidas à primeira. A equipe de enfermagem corresponde ao seu maior contingente e o modo de trabalho se dá à distância da gerência de enfermagem, ao contrário da realidade experimentada no contexto hospitalar. A participação direta da enfermeira à frente da gerência deste grupo precisa ser articulada e eficaz, na medida em que sua equipe trabalha majoritariamente longe de seus olhos, fazendo-se pertinente conhecer as particularidades do modo como vem se desenvolvendo o trabalho gerencial desta profissional. Partindo-se deste pressuposto, o presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de conhecer as singularidades do trabalho gerencial da enfermeira coordenadora de equipe de enfermagem no SAMU, partindo-se da premissa de que este se caracteriza como um espaço novo de atuação na área da saúde, ainda em fase de construção. Foi desenvolvido um estudo com abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso. O universo de estudo constituiu-se de três unidades de SAMU-192, em Minas Gerais, nos municípios de Governador Valadares, Ipatinga e Itabira, os quais contam com a enfermeira como gerente da equipe de enfermagem. O estudo foi constituído por nove indivíduos. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e discutidos com a literatura pesquisada. Foram identificadas características referentes ao processo de trabalho da enfermeira gerente, sua autonomia, atribuições e relações interpessoais. Entre os resultados, observou-se tratar de um grupo organizado principalmente pela construção e manutenção de laços afetivos, psicológicos e ideológicos. O grande motivador para assumir o cargo de gerência é a possibilidade de superação do desafio posto e sua permanência se dá pelo reconhecimento do papel da Enfermeira-gerente, intra e extrainstitucionais. Não obstante sejam relatadas diversas facilidades e dificuldades no exercício desta função, a confiança, o vínculo e o respeito entre gerente e equipe se firmam como aspectos positivos, assim como a gerência da falta de recursos, conflitos e a falta de formação profissional voltada para a urgência e emergência são relacionados como aspectos negativos, sendo estes reforçados por entraves políticos inerentes aos serviços públicos. Por fim, observa-se que as enfermeiras-gerente têm caminhado a passos largos rumo à sua construção identitária, se alocando entre as fases de crise de identidade e de elaboração, porém bem mais próximas da segunda, até mesmo pelas reformulações nos cenários de gestão vigentes e pela fase ainda embrionária em que se encontra o SAMU.