Summary: | Made available in DSpace on 2018-08-23T21:52:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_10861_2015_Nathália Miguel T Santana - FAPES.pdf: 2791772 bytes, checksum: 5c484a40743ed666b6a76c590d030fcf (MD5)
Previous issue date: 2017-03-24 === Os efeitos nocivos do alto consumo de álcool associam-se com a elevação da pressão arterial. Por sua vez, a hipertensão arterial (HA) é o principal fator de risco para a morbimortalidade cardiovascular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre o consumo de álcool e a pressão arterial em participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - ELSA-Brasil. Dos 15.105 participantes da linha de base, foram excluídos aqueles com uso de medicamento anti-hipertensivo, com relato de cirurgia bariátrica, índice de massa corporal menor que 18,5 e maior ou igual a 40 kg/m2 e consumo de álcool acima do percentil 99. A amostra final foi composta por 7.655 participantes, entre 35 e 74 anos, de ambos os sexos. Dados socioeconômicos, hemodinâmicos, antropométricos, de saúde e bioquímicos foram coletados de forma padronizada em seis instituições de ensino ou pesquisa. Três medições da pressão arterial foram realizadas, com intervalo de 1 minuto e após, repouso, seguindo protocolo padrão. Foi considerada a média das duas últimas como a medida casual. A pressão arterial elevada foi definida por sistólica ≥140 mm Hg e/ou diastólica ≥90 mm Hg. O consumo de álcool foi investigado por aplicação de questionário específico avaliando o tipo de bebida, a dose média semanal, a quantidade ingerida numa mesma ocasião e o consumo junto às refeições. O consumo de álcool foi estimado em gramas por semana de álcool puro e categorizado em abstêmio, excessivo e moderado e, quanto ao padrão de ingestão, em excessivo episódico e junto às refeições. Para análise foram realizados testes estatísticos e identificados fatores de confusão. Os modelos de regressão linear e logística foram testados, com e sem ajuste por covariáveis e foi adotado nível de significância de 5%. O consumo médio de cerveja, vinho e destilado foi de 1.906±2.239, 462±432 e 157±174mL/semana, respectivamente. Cerca de 14% apresentavam consumo de álcool habitual excessivo e 25,3% excessivo episódico. O álcool associou-se à pressão arterial elevada em homens que relataram consumo moderado (OR=1,69; IC95% 1,35-2,11) e excessivo (OR=2,70; IC95% 2,04-3,59). Em mulheres, essa associação foi significativa apenas no grupo de consumo excessivo (OR=2,86; IC95% 1,77-4,63). Maiores chances de aumento da pressão arterial foram encontradas entre bebedores excessivos episódicos com consumo ≥2-3x/mês (OR=1,69, IC95% 1,23-2,32), 1-2x/semana (OR=1,49, IC95% 1,14-,94) e quase diariamente/>1x/dia (OR=2,15, IC95% 1,27-3,64), que se mantiveram após ajuste pelo consumo de bebidas junto às refeições. Dessa forma, conclui-se que o consumo de bebidas alcóolicas aumenta a chance de pressão arterial elevada, sobretudo entre os bebedores excessivos.
|