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Previous issue date: 2014 === CAPES === Este trabalho vem analisar processos de subjetivação de sujeitos homossexuais que se assumem como ursos. Trazemos o debate de corpos para explicitarmos seus agenciamentos, tanto na produção imagética do que socialmente seriam aqueles sujeitos, dos locais de onde falam, dos grupos que apresentam afinidades, quanto nos processos em que constroem a si mesmos. Os processos de subjetivação não
pressupõem um sujeito autônomo, pois sofrem interferências de organizações de forças e saberes que operam na sociedade (FOUCAULT, 2003). Diante disso, recorremos à analíticas de poder propostas por Michel Foucault (1995), Judith Butler (2010) e Laclau e Mouffe (1987), tanto para nos afastarmos de noções de corpos passivos, universais e objetivos, recorrentes em enfoques em hegemonia na Administração, quanto para analisarmos sua construção somente em relação à construção de um sujeito, ou seja, em processos sociais, históricos e políticos de embodiments. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas individuais semiestruturadas com 19 participantes
capixabas. Os dados foram analisados sob a ótica pós-estruturalista do discurso tendo em vista as abordagens laclauniana e foucaultiana. O trabalho conclui que o discurso ursino sobredetermina práticas dispersas no campo de homoafetividades ao articular um esquema corpóreo “masculino”. Este esquema se
assume como uma das práticas hegemônicas LGBT e, consequentemente, é o primeiro a ser acionado nas subjetivações dos participantes. Porém, este processo não se concretiza de forma plena, nem elimina particularidades e contingências que parodiam as demandas comportamentais emergentes das construções identitárias. === This research analyzes processes of subjectivation of homossexual men named bears. We bring the debates of bodies to explicit their agencies on social imagetic productions of subjetcs, also on the processes that they build themselves. These processes do not presuppose an autonomous subject because organized knowledges and forces operating in our society interfere on them (FOUCAULT, 2003). Therefore, we consider analytics of power proposed by Michel Foucault (1995), Judith Butler (2010) and Laclau and Mouffe (1987) to criticize the passive, universal and objective notions of bodies on hegemonic approaches in the field of Administrations Studies and to analyze the objectivations of bodies only in relation to the construction of subjetics through social, historical and political processes of embodiments. This work is based on a qualitative research and the data were collected through semi-structured individual interviews with 19
participants that live in the brazilian state of Espírito Santo. The data were analyzed considering the poststructuralist perspective of discourse studies given the Laclaudian and Foucauldian approaches. The research concludes that the bear discourse overdetermines dispersed practices in a field of homosexualities by constructing a "masculine" body scheme. This scheme becomes one of the hegemonic LGBT practices and therefore is the first to be enacted on subjectification processes by the participants. However, these processes are not fully realized, neither eliminates particularities and contingencies that parody the behavioral demands of identities builds.
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