Benzedeiras de Maruípe: Uma Prática de Cuidado Humano em Extinção

Made available in DSpace on 2016-08-30T10:50:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_8282_Juliana Pereira Simoes.pdf: 3313880 bytes, checksum: 5013651456dea62c19fc4f87a2b91d96 (MD5) Previous issue date: 2014-03-17 === Estudo realizado com benzedeiras de uma área de saúde do município de V...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: SIMOES, J. P.
Other Authors: LIMA, R. C. D.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2016
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/5554
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-08-30T10:50:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_8282_Juliana Pereira Simoes.pdf: 3313880 bytes, checksum: 5013651456dea62c19fc4f87a2b91d96 (MD5) Previous issue date: 2014-03-17 === Estudo realizado com benzedeiras de uma área de saúde do município de Vitória - ES, objetivando identificá-las, conhecer suas histórias de vida e o interesse das mesmas em articularem-se com os profissionais das unidades básicas de saúde locais. Por se tratar de uma região marcada pela violência advinda do tráfico de drogas, tornou-se impossível identificar o universo dessas mulheres, face à impossibilidade de acesso a alguns desses bairros; assim posto, nossa amostra ficou limitada a cinco benzedeiras. A coleta de material do estudo se deu através de entrevistas e observações registradas em um diário de campo. O material transcrito e os apontamentos do diário de campo possibilitaram a narrativa de inspiração cartográfica deste estudo. Essas benzedeiras são mulheres entre 64 a 88 anos de idade, residem em locais inóspitos e em moradias humildes. Algumas benzem apenas crianças, outras todos aqueles que as procuram, inclusive para benzimento de seus animais. Nenhuma delas cobra e tão pouco aceita agradecimento pela atenção prestada, pois segundo elas, o agradecimento deve ser dirigido a Deus. São mulheres humildes, todas moradoras antigas da área, ora reconhecidas como importantes pelo dom que têm, ora rechaçadas como demoníacas por grupos religiosos. No tocante a uma aproximação com as equipes locais de saúde, todas as benzedeiras se mostraram avessas à ideia, no entendimento de que tal aproximação significaria uma demanda de benzimentos aumentada e obrigatória, o que contraria a lógica da atenção prestada pelas mesmas, que só benzem de acordo com a conveniência: sentindo-se bem, praticam o benzimento; estando desvitalizadas, evitam benzer. Por se tratar de mulheres idosas, as benzedeiras encontramse ameaçadas de extinção, visto que aprender o oficio não tem sido objeto de interesse das novas gerações.