Evolução Molecular e Cariotípica em Rhipidomys Tschudi, 1845 (Cricetidae, Rodentia)

Made available in DSpace on 2018-08-02T00:15:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11529_Tese_Ana HeloisaCarvalho_final30out17.pdf: 3882522 bytes, checksum: 82c1a1cc0c3ecd72a616a47dc0c44e00 (MD5) Previous issue date: 2017-11-28 === A taxonomia de Rhipidomys (Cricetidae, Rodentia) é complexa, sendo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: CARVALHO, A. H.
Other Authors: COSTA, B. M. A.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/9925
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-08-02T00:15:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11529_Tese_Ana HeloisaCarvalho_final30out17.pdf: 3882522 bytes, checksum: 82c1a1cc0c3ecd72a616a47dc0c44e00 (MD5) Previous issue date: 2017-11-28 === A taxonomia de Rhipidomys (Cricetidae, Rodentia) é complexa, sendo a identificação de espécies embasada principalmente em caracteres morfológicos contínuos. Estudos filogenéticos prévios utilizando o gene Citocromo B (CitB) amostraram 12 das 23 espécies reconhecidas; três destas últimas foram identificadas e descritas após estes estudos e outra é ainda não formalmente descrita, indicando que a variação morfológica pode subestimar a diversidade do gênero. O cariótipo costuma ser um bom caráter taxonômico para roedores mas, em Rhipidomys, muitos foram descritos e não associados à espécies ou ainda interpretados equivocadamente. Cariótipos de indivíduos identificados morfologicamente e molecularmente, provenientes de diversas localidades, foram analisados. Foram revisadas as informações cariotípicas disponíveis na literatura para Rhipidomys e alguns cariótipos foram reinterpretados. Os cariótipos do gênero são divididos em três grupos: o grupo com número diplóide (2n) igual a 44 com Número Fundamental (NF) baixo variando de 48 à 52; o grupo com 2n=44 com NF alto, variando de 72 à 80 e; o grupo com 2n diferente de 44, 2n=48 e 50 com NF variando de 66 à 72. A maioria das espécies do gênero apresentou 2n=44 e NF baixo, sendo os cariótipos muito similares. O cariótipo ancestral do gênero deve ser similar a estes, pois são os observados nos clados basais do gênero e são encontrados em espécimes oriundos de localidades próximas à América Central, região do evento provável cladogênico entre Rhipidomys e Thomasomys, que apresenta algumas espécies com 2n próximo à 44, inclusive 44, e NF baixo. Além dos cariótipos com 2n=44 e NF baixo, foi recuperado nas análises moleculares em um único clado os outros dois grupos: o grupo com 2n=48 e 50, que contempla atualmente a espécie R. nitela, mas que apresentou cinco complementos distintos que podem se tratar de três entidades taxonômicas ou populações diferenciadas; e o grupo com 2n=44, NF alto que contempla R. ipukensis e R. mastacalis. Os dados moleculares, com dois marcadores mitocondriais e quatro nucleares, associados aos dados cariotípicos, revelaram a formação de dois clados em R. mastacalis, um ao norte do Rio Jequitinhonha e outro ao sul. Esses clados correspondem a duas espécies distintas: R. mastacalis (2n=44, NF=74) e possivelmente R. cearanus (2n=44, NF=72), cujo nome encontra-se disponível mas não reconhecido como espécie válida. Dentro do clado com NF alto encontra-se R. emiliae que apresenta cariótipo com 2n=44 e NF=52, decorrente de um evento de introgressão confirmada pela análise concatenada com dados nucleares. Enquanto o cariótipo analisado por coloração VII convencional não distingue bem as espécies com NF baixo, os padrões de bandeamento sugerem distinções. Não diferenciamos o principal responsável pela variação no NF: reposicionamento centromérico ou inversão pericêntrica. A explicação para surgimento do cariótipo com 2n=48 e 50 é mais complexa do que uma simples fissão. Rhipidomys emiliae, R. ipukensis e R. tribei tiveram seus cariótipos descritos pela primeira vez no presente estudo. Há também a indicação de uma possível nova espécie baseada nos dados moleculares. Palavras-chave: introgressão, distribuição geográfica, taxonomia, Rhipidomys cearanus, espécie nova, filogenia molecular, marcador mitocondrial, marcador nuclear, cariótipo.